Deputados do PSD se reuniram na tarde desta terça-feira (16) com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para tratar da Reforma da Previdência (PEC 6/19). O líder do partido na Câmara, André de Paula (PE), elogiou a postura do ministro em esclarecer as principais mudanças propostas pelo governo.
“Guedes explicou cada indagação que lhe foi feita. Isso é muito positivo e mostra uma aproximação do Executivo com o Parlamento, fato que vinha sendo bastante cobrado pelo Congresso Nacional”, disse.
Aos jornalistas que aguardavam na saída da reunião, Fábio Trad (MS) afirmou “estar satisfeito com as explicações do ministro” e que a reforma tem sua importância para o país, “sobretudo para garantir a sobrevivência das futuras gerações”. Trad é o líder do partido na CCJ.
José Nunes (BA) ressaltou que há pontos positivos na reforma, mas que é preciso ter um olhar atento aos mais pobres e trabalhadores rurais. “A questão do BPC e da aposentadoria rural deve ser revista. O Nordeste sofre muito com essa possível mudança. É preciso flexibilidade por parte do governo para atender os anseios da população mais carente deste país.”
Francisco Júnior (GO) ressaltou que apesar de mexer com a vida de todos os brasileiros, a reforma é necessária. “Estamos discutindo as melhores alternativas e a intenção é, de forma coerente e sensata, criar condições para que ela seja aprovada.”
Também participaram da reunião com o ministro Paulo Guedes os deputados Alexandre Serfiotis (RJ), Antonio Brito (BA), Júnior Ferrari (PA), Flordelis (RJ), Otto Alencar Filho (BA), Reinhold Stephanes Junior (PR), Marco Bertaiolli (SP), Ricardo Guidi (SC), Joaquim Passarinho (PA) e Paulo Magalhães (BA).
CCJ discute parecer
A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara está reunida o dia todo para discutir o parecer do texto que prevê as mudanças na Previdência. Estão inscritos 127 parlamentares para fazerem o uso da palavra. A previsão é que os debates se alonguem até a madrugada.
Déficit provocou reforma
Proposta pelo governo, a PEC 6/19 atinge trabalhadores do setor privado e servidores públicos da União, estados e municípios. A idade mínima para aposentar, uma vez aprovada a proposta, será de 65 anos para homens e 62 para mulheres. Para os contribuintes atuais haverá regra de transição.
O principal argumento para promover a reforma é que a União estaria acumulando, ano a ano, um déficit gigantesco: em 2018, estima-se que o déficit previdenciário total (setor público, privado e militares) tenha sido de R$ 266 bilhões.
Renan Bortoletto