Nem todo mundo sabe, mas muitos medicamentos possuem efeitos semelhantes aos provocados pela ingestão de bebida alcoólica, pois afetam a concentração, a coordenação motora e os reflexos. Por isso, podem afetar também atividades do dia-dia, como dirigir e atravessar uma rua movimentada.
De acordo com a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (ABRAMET) os medicamentos mais comuns que afetam a direção de veículos são os antidepressivos, antiepilépticos, bronco-dilatadores, remédios para enjoos, insulina e para combater neuroses.
Com o objetivo de evitar acidentes o Projeto de Lei 9682/18 pretende obrigar que os medicamentos que afetem a capacidade de dirigir veículo ou operar máquinas tragam um alerta no rótulo.
“Muitas pessoas que consomem esses medicamentos e depois dirigem ou operam máquinas adotam tal prática por total desconhecimento das consequências que podem causar. Nem o médico faz o alerta, nem os rótulos desses produtos informam corretamente”, afirmou o autor do projeto, o deputado federal Hugo Leal (RJ).
Vale lembrar que o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) prevê multa de R$ 2.934,70 e suspensão do direito de dirigir por 12 meses, para aqueles que forem flagrados dirigindo sob efeitos de medicamentos que afetam a capacidade psicomotora.
Dados divulgados pela seguradora responsável pelo DPVAT alerta que, em 2017, ocorreram 41.150 óbitos e 284.190 casos de invalidez em indenizações por acidente de trânsito. Estima-se que mais de 90% dos acidentes de trânsito ocorrem por falhas humanas.
Valéria Amaral