Em entrevista, Sciarra debate principais desafios do Congresso em 2013

Líder do PSD na Câmara, o deputado Eduardo Sciarra (PR) concedeu entrevista ao programa Palavra Aberta, da TV Câmara, e falou sobre os principais desafios do Congresso Nacional para o ano de 2013.

O parlamentar defendeu a necessidade de investimento privado na economia brasileira e debateu temas polêmicos como as reformas política e tributária e o fator previdenciário.

Confira a entrevista.

De que forma a iniciativa privada poderia participar mais ativamente da ativação da economia?

Sciarra: Está claro que o Brasil está crescendo muito aquém do que seria necessário para enfrentar esses desafios que temos ao longo desses anos. A baixa taxa de investimento do país nestes últimos anos, algo em torno de 17% sobre o nosso PIB, é muito inferior ao que seria necessário, aproximadamente 25%, para crescer de forma sustentável. O Brasil tem uma série de problemas conjunturais e estruturais e temos que enfrentá-los com o apoio da iniciativa privada.

O governo não tem capacidade de investimento e agilidade para fazer tudo isso que precisa ser feito. Vemos ações na área de ferrovia, rodovias, portos, aeroportos. Tudo isso precisa ter o apoio da iniciativa privada para aumentarmos a taxa de investimento do país.

A reforma política. O senhor acredita que finalmente irá decolar essa discussão?

Sciarra: Nós temos, por parte do presidente Henrique Alves (PMBD-RN), o compromisso de votar não somente as matérias de consenso. Promover a discussão e votar pela maioria. A sociedade brasileira tem cobrado que o Congresso faça alterações no seu sistema político e essa reforma política produz um material que serve como base para discutirmos no plenário.

Essa matéria que deverá ser discutida ao longo do mês de março e esperamos que em abril seja discutida e, porque não, votada.

Reforma tributária, o senhor acredita que o tópico que vai andar no Congresso?

Sciarra: Não se construiu ainda nenhum entendimento para essa reforma. O que existe de fato é alguma ação pontual. Um exemplo disso é a unificação do ICMS. Este é um desejo do governo, com restrições dos estados. Mas é fundamental, temos uma guerra fiscal que atrapalha a economia.

O PSD tem opinião sobre o fator previdenciário?

Sciarra: Nós já discutimos no partido. Uma solução alternativa seria uma fórmula, algo que possa, sem prejudicar o futuro da previdência, não penalizar os trabalhadores. A idade média da população tem aumentado e isso vai, naturalmente, ter que ser enfrentado pela sociedade brasileira.

Como o partido pretende tratar sua associação? É um partido que não tem alinhamento automático com o governo e nem está na oposição.

Sciarra: O PSD é independente por formação. Vamos buscar construir essa unidade até o pleito de 2014. Estamos ouvindo os Estados com nossa Executiva Nacional. Existe uma posição majoritária de apoiar o governo e essa condição está sendo manifesta por nossa bancada nas votações do plenário.

Isso não implica em momento nenhum um toma lá da cá, o partido não está na expectativa de receber nenhum ministério para continuar apoiando a presidente Dilma e, eventualmente, estar com ela na eleição de 2014. Será uma decisão tomada nos próximos meses e com a participação de todos diretórios regionais do PSD.

Da Redação

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