CDC promove debate sobre substâncias tóxicas encontradas nos sucos Ades

Deputado José Carlos Araújo (BA) - Foto: Heleno Rezende

A Comissão de Defesa do Consumidor (CDC), realizou na quarta-feira (27), audiência pública para solicitar esclarecimentos ao vice-presidente da Unilever Brasil, Newmam Debs, sobre o caso de substâncias tóxicas encontradas no interior das embalagens do suco Ades. O presidente da comissão, José Carlos Araújo (BA), comandou o debate.

“Quando se trata de riscos à saúde nós temos que ser rápidos, não podemos negligenciar. Então, fizemos questão de fazer essa audiência pública para avaliar o que de fato pode ter ocorrido. Estamos chegando à conclusão de que houve falha humana e talvez do próprio equipamento, mas ainda precisamos identificar as responsabilidades”, pontuou.

Debs confirmou que 96 caixas de um litro e meio do suco sabor maçã foram comercializadas contendo uma mistura de soda cáustica e água em seu conteúdo. Um dos principais questionamentos dos parlamentares foi a falta de comunicação da Unilever sobre o problema à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Segundo José Agenor Álvares da Silva, Diretor de Controle e Monitoramento Sanitário da Anvisa, a empresa não cumpriu a legislação que exige comunicado imediato ao órgão regulador. “Não houve ação espontânea da Unilever. Só tivemos acesso às informações depois de enviarmos oficialmente uma série de questionamentos, respondidos prontamente, porém somente após a cobrança”, afirmou.

O vice-presidente da Unilever informou ter sido feito um intenso trabalho de esclarecimento aos consumidores, por meio dos veículos de comunicação. Ainda segundo ele, o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) foi comunicado do problema e a Anvisa também. “A empresa nunca se negou a dar nenhum tipo de informação, tudo foi disponibilizado com foco específico no consumidor”, declarou.

O deputado Carlos Souza (AM) defendeu a composição de uma Comissão Externa da CDC para visitar a fábrica do produto. “Há determinados segmentos e serviços neste país, ou no mundo, que não podem errar. Essa empresa não poderia errar jamais! Ao invés de colocar um produto de qualidade na embalagem, colocaram soda cáustica! Isso é inadmissível!”.

No dia 18 de março, a Anvisa publicou resolução para suspender a produção de novas unidades do suco Ades em uma das 11 linhas de fabricação do produto (na qual o problema foi detectado). O diretor da agência confirmou que a suspensão está mantida. “Estamos muito preocupados. Já está agendada para o próximo dia 4 uma reunião com as empresas responsáveis pelo software de controle da produção e pelos equipamentos de envase do produto”, concluiu.

Emmanuelle Lamounier

[audio:http://www.psdcamara.org.br/audio/dep_ jose_ carlos_ araujo_cdc_substancias_toxicas_encontradas_nos_sucos_ades_01_04_2013.mp3.mp3]

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