Estado de Minas: Infidelidade por atacado

Quase 40 parlamentares mineiros, entre federais e estaduais, vão aproveitar a janela de transferência para trocar de partido. Prazo para mudar de barco termina na sexta-feira

Bertha Maakaroun

A poucos dias de se fechar a janela da infidelidade partidária para deputados federais e estaduais — o que acontecerá no próximo 18 — o troca-troca nas legendas está próximo de atingir 40parlamentares na Assembleia Legislativa e na bancada federal mineira, o equivalente a 30% das cadeiras de representantes estaduais e federais de Minas. Diferentemente, vereadores, que têm prazo estendido até 2 de abril para eventuais mudanças, conforme prevê a minirreforma eleitoral, empurram as decisões na expectativa de que o cenário das candidaturas majoritárias esteja mais definido.

As trocas foram mais intensas nas legendas de porte médio e pequeno. O PR perdeu os deputados estadual Leo Portela e federal Lincoln Portela, pai e filho. Em contrapartida, vai incorporar os deputados estaduais egressos do PTdoB Emidinho e Fábio Avelar, além do Missionário Márcio Santiago, que era do PTB. Terminada a farra das migrações, o PR, que tinha três, ficará com cinco deputados estaduais. Já na bancada federal mineira, o PR perdeu uma, mas ganhou três cadeiras: a do deputado federal Marcelo Álvaro Antônio, que saiu do PRP, a de Edson Moreira, que abandonou o PTN, além da cadeira de Brunny, ex-PTC, ex-PMB e agora republicana.

Já o PV, que elegeu quatro na Assembleia, recebeu Arlete Magalhães e Glaycon Franco, ambos egressos do PTN, saltando para uma bancada de seis. Poderá ainda ter novas filiações. Entre elas, a do secretário de estado de Turismo, Mário Caixa, hoje no PCdoB. Caixa, que deixa a secretaria até o fim do mês, está de olho numa candidatura à Prefeitura de BH, assim como o ex-presidente do Atlético Alexandre Kalil, recém-filiado ao PHS . No âmbito federal, o PV, que tinha um só deputado — Fabinho Ramalho –, ficou sem nenhum, com a sua partida para o PMB.

Logo após a sua formalização no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no ano passado, o PMB ficou inchado com diversas filiações, entre elas, na bancada federal mineira, a de Fábio Ramalho, a dos deputados federais Weliton Prado (ex-PT), Dâmina Pereira (ex-PMN) e Brunny (ex-PTC). Agora, o Partido da Mulher Brasileira ficou com apenas dois homens na bancada federal de Minas: Brunny já partiu para o PR e Dâmina foi se encontrar com o marido Carlos Alberto Pereira no PSL, legenda que preside. Na Assembleia, o PMB tampouco prosperou. O único deputado que havia se filiado, o ex-tucano Lafayette Andrada, vai migrar para o PSD. Quem poderá entrar para o barco da mulher agora, fazendo companhia ao irmão Weliton, é o deputado estadual Elismar Prado (PT).

Para o PMDB, rumaram, logo na primeira semana da “janela” da mudança, os deputados estaduais Douglas Mello (ex-PSC), Isauro Calais (ex-PMN) e Thiago Cota, este eleito pelo PPS, mas com passagem pelo PMB antes de aportar ao PMDB. Do PMDB, saiu o deputado federal Laudívio Carvalho, agora no SD. Já à porta do PSD está batendo a deputada federal Raquel Muniz (ex-PSC), além do deputado estadual Leandro Genaro (ex-PSB) e do deputado federal Stéfano Aguiar (também ex-socialista), ambos pastores da Igreja Quadrangular do estado de Minas Gerais.

Em contrapartida, para o PSB vai o deputado estadual Roberto Andrade, hoje no PTN. Enquanto o deputado federal Ademir Camilo deixou o PROS para se filiar ao PTN, o deputado federal Eros Biondini saiu do PTB com destino ao PROS. A compensação para o trabalhismo ficará por conta do deputado estadual Felipe Atiê, que vai trocar o PP pelo PTB. Do PT, já havia saído no ano passado o deputado estadual Paulo Lamac, agora na Rede de Marina Silva.

Não bastassem as andanças já consumadas, outras ainda poderão vir antes que a janela da infidelidade seja lacrada. Pelo menos quatro estudam o que fazer: os deputados estaduais Bosco (PTdoB), Neilando Pimenta (PP), e Rosângela Reis (PROS) e o deputado federal Jaime Martins (PSD).

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