Veja.com: Estados que elegeram Dilma votam a favor do impeachment

Jader Barbalho (PMDB-PA)(Dedoc/VEJA)

A presidente Dilma Rousseff já sofreu derrotas em onze Estados em que havia vencido as eleições de 2014 e 2010. O resultado não era esperado pelo Palácio do Planalto, já que Dilma tem mais apoio popular nas regiões Norte e Nordeste, onde se concentram nove deles. Ela também perdeu em bancadas grandes do Sudeste, como Rio de Janeiro e Minas Gerais. Nem a oposição imaginava resultado tão ruim para Dilma. O comitê do impeachment previa uma divisão igualitária de votos, por exemplo, na região Norte, a primeira a indicar as derrotas.

O voto decisivo para aprovação do impeachment coube a um parlamentar tucano, Bruno Araújo, da bancada de Pernambuco, Estado sempre favorável ao PT em eleições presidenciais, mas agora governado pelo PSB, ex-aliado e atualmente oposição a Dilma. Depois Dilma foi derrotada na Paraíba, Alagoas e Sergipe, que sempre integram a mancha-vermelha dos mapas eleitorais.

Chama a atenção o placar no Amazonas: 8 a 0 a favor do impeachment. Em 2010, Dilma teve 80% dos votos válidos no Estado para derrotar o tucano José Serra. Em 2014, a vitória sobre o também tucano Aécio Neves se deu com 65% dos votos. No Estado, Dilma não contou nem com o voto do deputado Hissa Abrahão, do governista PDT – ele saiu recentemente do PPS, partidode oposição. Também foi uma surpresa o posicionamento do ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento (PR), que, como o site de VEJA antecipou, planejava se vingar por ter sido “faxinado” em meio a denúncias de corrupção. Ele não só confirmou o voto pró-impeachment como renunciou à presidência do partido.

Em Tocantins, Dilma só teve os votos de Vicentinho Júnior (PR) e de Irajá Abreu, do PSD, filho da ministra da Agricultura, Kátia Abreu. Os outros seis deputados votaram a favor do impeachment. Ela obteve quase 60% dos votos nas últimas duas corridas eleitorais.

No Pará, dez deputados votaram contra Dilma, seis a favor e um se absteve. Dilma contou com dois votos dos três deputados peemedebistas paraenses, por causa da articulação com senador Jader Barbalho com o ex-presidente Lula. Votaram a favor de Dilma a ex-mulher dele, Elcione Barbalho, e a atual, Simone Morgado.

No Acre, governado pelo clã petista dos irmãos Viana há anos, a bancada de oito parlamentares rachou e Dilma obteve um empate. Nas duas últimas eleições, ela perdeu a votação para Serra e Aécio.

Nem mesmo a pressão do governador do Piauí, Wellington Dias (PT), fez a bancada do Estado se manter favorável a Dilma. Houve empate – cinco votos contra e cinco a favor do impeachment.

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), foi outro que falhou na tentativa de unificar a bancada do Estado. Dino passou a semana em Brasília pedindo votos ao governo, mas perdeu por dez a oito.

O Rio Grande do Norte foi um dos três Estados em que Dilma perdeu com o placar de 7 a 1. Ela fora vitoriosa nas urnas.

Ela perdeu também duas das maiores bancadas do país: Rio de Janeiro, até pouco tempo uma trincheira governista liderada pelo PMDB, e Minas Gerais, cujo governo é do PT, com Fernando Pimentel, amigo pessoal da presidente.

Nos demais Estados cujos parlamentares já votaram até o momento, o resultado das eleições presidenciais se repetiu quando comparado ao voto dos parlamentares da atual legislatura.

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