Vacinação da H1N1 não deve ser ampliada

O vírus da gripe A (H1N1), que causou uma epidemia mundial em 2009, continua circulando pelo Brasil, e os casos voltaram a crescer. Em 2012, segundo o Ministério da Saúde, já foram registradas mais mortes que em todo o ano passado. Santa Catarina é o estado com mais óbitos de janeiro a junho: 38. Tais números geraram um movimento dos catarinenses pressionando o poder público para que a imunização gratuita seja também para pessoas foram do grupo de risco (que são crianças menores de dois anos, gestantes, indígenas, idosos, profissionais de saúde, presos) e doentes crônicos.

O deputado Federal Jorge Boeira manteve contato com a Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina e a resposta foi de que a vacinação não será estendida para quem não estiver no grupo de risco ou for doente crônico, seguindo determinação do o Ministério da Saúde.

Quem define os grupos que devem ser vacinados é a Organização Mundial da Saúde, com base em estudos epidemiológicos, na observação do comportamento das infecções respiratórias e levando em consideração a fragilidade física destas pessoas, como é o caso dos bebês e dos idosos, ou na capacidade de contaminação e recontaminação, como é o caso dos profissionais de saúde e dos presidiários.

Para a campanha, o Ministério da Saúde distribuiu 31,1 milhões de doses da vacina e repassou R$ 24,7 milhões do Fundo Nacional de Saúde aos fundos estaduais e municipais. Para Santa Catarina, segundo a Diretoria de Vigilância Epidemiológica, foram enviadas cerca de 1,3 milhão de doses da vacina.

A vacina é elaborada para proteger contra a influenza em geral. Para isso, são escolhidos, no ano anterior à campanha, os três vírus com maior circulação. Neste ano, o H1N1 é um dos subtipos contra os quais a vacina age. A influenza, em geral, tem um potencial de gravidade, e o contágio se dá por meio de gotículas liberadas pela respiração, fala ou tosse. A vacina é uma das formas de prevenção, mas a dose tem uma taxa de proteção em torno de 70%.

Conforme dados referendados pela Comissão Bipartite (Estado e municípios), ao todo 915 mil pessoas devem ser imunizadas em Santa Catarina. Aproximadamente 125.163 profissionais da saúde, 61.164 gestantes, 9.587 indígenas, 656.913 idosos. Números do Ministério da Saúde indicam que o Estado já conseguiu vacinar 860 mil pessoas do grupo de risco ou doentes crônicos, o que equivale a 93% do público alvo. A vacinação entre crianças e profissionais de saúde já atingiu 100%, no entanto, o percentual de idosos é de 89%, gestantes 85% e indígenas 80%. Um levantamento está sendo feito pelo órgão, mas ainda não é possível saber se as vítimas fatais faziam parte do grupo de risco.

O Ministério da Saúde orienta que sejam observadas ações de higiene pessoal, como lavar as mãos várias vezes ao dia, evitar tocar a face com as mãos, proteger a tosse e o espirro com lenço descartável, evitar aglomerações e manter ambientes ventilados. Os sintomas da gripe, muitas vezes, são semelhantes aos do resfriado: comprometimento das vias aéreas superiores, com congestão nasal, tosse, rouquidão, febre variável, mal-estar, dor muscular e dor de cabeça. Quanto mais cedo for usado o antiviral, melhor. Quem já teve a gripe H1N1 já criou anticorpos e, caso volte a ter a mesma gripe, terá com menor intensidade.

Jane Santin
Assessora de imprensa do dep. Jorge Boeira

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