Sandro Alex questiona Fernando Baiano sobre esquema de corrupção

Deputado Sandro Alex (PR) - Foto: Cláudio Araújo

Deputado Sandro Alex (PR) – Foto: Cláudio Araújo

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara ouviu, nesta terça-feira (26), o lobista Fernando Antonio Falcão Soares, mais conhecido como Fernando Baiano. Aos parlamentares, ele confirmou que entregou pessoalmente cerca de R$ 4 milhões ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O deputado Sandro Alex (PR) lembrou que o peemedebista teve atuação decisiva no esquema de corrupção envolvendo a Petrobras.

“Ele agiu aqui dentro aprovando requerimentos referentes à Petrobras. Sua ação [dentro do suposto esquema de corrupção] foi preponderante”, disse o deputado. Sandro Alex também perguntou a Fernando Baiano como se deu o acerto da porcentagem que Cunha teria no ‘petrolão’.

“Inicialmente tínhamos tratado em 20% a parte dele, mas posteriormente chegamos a 50%”, respondeu Baiano. De acordo com o lobista, Cunha teria se comprometido a ajudar no recebimento de aproximadamente 15 milhões de dólares por conta da contratação de navios-sonda do estaleiro Samsung, representado no país por Julio Camargo.

O pagamento de propina, segundo Fernando Baiano, aconteceu entre outubro de 2011 e dezembro de 2012. O dinheiro passava primeiro pelas mãos do lobista Julio Camargo.

Fernando Baiano disse também que a propina era entregue sempre “em espécie” e que esteve ao menos dez vezes na casa e no escritório de Eduardo Cunha, no Rio de Janeiro. Algumas remessas, no entanto, foram deixadas por Fernando Baiano a Altair Alves Pinto, funcionário do peemedebista.

ACORDO – Antes mesmo de Fernando Baiano entrar na sala onde aconteceria a reunião do Conselho de Ética, o advogado do lobista já havia informado a comissão de que o depoente não gostaria de ser fotografado e muito menos gravado em vídeo.

Dessa forma, o presidente do colegiado, deputado José Carlos Araújo (PR-BA), pediu que as transmissões ao vivo fossem interrompidas e que só acompanhariam a sessão os assessores e pessoas já acomodadas no plenário. A imprensa e demais pessoas que acompanhavam a reunião em pé, tiveram que se encaminhar para outra sala ao lado, onde puderam apenas ter acesso ao áudio da sessão.

Renan Bortoletto

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