PSD reúne especialistas para discutir mobilidade urbana alternativa

A Comissão de Viação e Transportes promoveu debate nesta terça-feira (26) sobre segurança na mobilidade ativa ou mobilidade não-motorizada. Esse é o termo usado para definir locomoção por bicicleta, a pé, de patins ou skate, por exemplo.

Deputado federal Hugo Leal (RJ), autor do requerimento de discussão. Foto: Claudio Araújo.

“As cidades são feitas para as pessoas. A gente perdeu essa lógica e o importante hoje são os viadutos e túneis. Os recursos que são investidos em mobilidade de carros precisam ser direcionados para a mobilidade ativa”, destacou o deputado federal Hugo Leal (RJ), autor do requerimento de discussão.

Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Meio Ambiente indicam que, atualmente, 41% dos deslocamentos em Brasília são feitos com carro — é o índice mais alto de todo o Brasil.

Mais do que sugerir boas ideias para o setor, os especialistas no assunto cobraram investimentos em infraestrutura, como a ampliação de ciclovias, alargamento das calçadas e expansão no sistema de bicicletas compartilhadas.

De acordo com o supervisor de Relações Institucionais da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares, Allan Sicsic, o governo precisa acabar com a cultura do carro. “ É importante oferecer para o cidadão essa opção de mobilidade ativa e precisa ser adequado para todo mundo, ou seja, acessível para quem tem alta ou baixa renda, como oferecer um vestiário ou chuveiro no trabalho para quem se desloca a pé ou de bike”, explicou.

A coordenadora de Desenho Urbano e Mobilidade da Iniciativa Bloomberg para a Segurança Global no Trânsito, Hannah Macedo, conta que caso as pessoas entre 15 a 50 optassem pela mobilidade ativa, por ano, seriam economizados R$ 34 milhões em tratamentos no SUS. “ Se as pessoas passam a se deslocar a pé ou de bicicleta elas estão fazendo atividade física, mas isso precisa ser acompanhado de medidas e investimentos que visem à segurança e o conforto dessas pessoas”, afirmou.

Valéria Amaral

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