Projeto de Nereu Crispim prevê verba para SUS e correção periódica dos valores pagos

Deputado Nereu Crispim (PSD-RS) – Foto: Cláudio Araújo

Está em análise na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei Complementar (PLP) 95/22, de autoria do deputado Nereu Crispim (PSD-RS), que define normas gerais para o financiamento tripartite e para a revisão periódica dos valores destinados a ações e serviços de saúde de média e alta complexidade no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

“Essa proposta é um reconhecimento à atuação das santas casas e dos hospitais filantrópicos, que correspondem a mais de 50% de todos os atendimentos do SUS”, disse o parlamentar. “A eventual falência deles levaria ao colapso do sistema de saúde no País”, continuou.

O parlamentar ressaltou que, desde a implantação do SUS, hospitais e entidades filantrópicos vêm sofrendo progressivo endividamento, o que afeta muito a prestação dos serviços de saúde. “Atrelados à saúde pública por força constitucional, dependem da vontade política para aumentar os recursos”, reforçou.

Contratos e convênios

Conforme o texto, as medidas visam garantir contratos e convênios do governo federal com pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos participantes do SUS – em geral, hospitais e entidades beneficentes, filantrópicos ou universitários. Estados, Distrito Federal e municípios poderão ainda elaborar normas complementares.

Como fonte de recursos para revisão periódica da tabela do SUS, a proposta prevê a revogação de renúncias fiscais sobre exploração e produção de petróleo (Lei 13.586/17) e em investimentos de brasileiros no exterior (Lei 9.481/97), a fim de assegurar o repasse de, pelo menos, R$ 10 bilhões anuais extras para o Fundo Nacional de Saúde (FNS).

Linha de crédito

O projeto de lei institui ainda linha de crédito oficial para hospitais e entidades; prevê desonerações e anistias tributárias; cria fundo garantidor de recursos para cobrir passivos, déficits e investimentos do setor; e sugere o repasse ao FNS do produto das indenizações por danos coletivos resultantes de ações civis públicas.

Segundo a Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB), desde o Plano Real, em 1994, a tabela do SUS foi corrigida em quase 94%, e a inflação (INPC) superou 636%. “São R$ 10,9 bilhões por ano de desequilíbrio financeiro”, disse o presidente da CMB, Mirocles Véras, em recente artigo veiculado na mídia.

Tramitação

O projeto será analisado pelas comissões de Seguridade Social e Família; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Depois seguirá para o Plenário.

Agência Câmara de Notícias

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