A Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas (CMMC) debateu em audiência pública, nesta quarta-feira (13), no Senado Federal, os rumos hídricos do país. A reunião contou com a presença de deputados e senadores do PSD e do ministro das Cidades, Gilberto Kassab. A transposição de águas do Rio São Francisco deu a tônica do debate.
O deputado Sérgio Brito (BA) demonstrou preocupação com o andamento das obras que, segundo o Ministério da Integração Nacional, só deverão ficar prontas em 2017.
“Vemos a obra com uma perspectiva muito positiva, mas também com certa preocupação. No trecho que passa pela Bahia, o São Francisco tem uma inclinação de apenas 0,7 centímetros por quilômetro. É um rio que está praticamente parado e que tem mais de 900 quilômetros sem nenhum afluente, o que é inquietante”, explicou.
Já o deputado Herculano Passos (SP), vice-líder do PSD, lembrou que a falta d’água é um problema grave que atinge quase todas as regiões brasileiras. O parlamentar defendeu a construção de novos reservatórios como medida eficaz contra a seca.
“Estamos debatendo as situações de todas as bacias hidrográficas do Brasil e também a possibilidade da construção de reservatórios, o que é importante para que passemos a época de estiagem com água para os municípios. Temos um projeto para o consórcio do Piraí [que abrange as cidades de Itu, Cabreúva, Salto e Indaiatuba, no interior paulista] para a construção de uma grande reserva que vai melhorar muito a condição hídrica da região.”
O ministro Gilberto Kassab reafirmou que a pasta está comprometida com os avanços necessários para garantir o abastecimento. “A transposição do São Francisco é uma obra consolidada e todos sabemos de sua importância para o Nordeste. Qualquer parceria, sinergia que se mostre necessária, terá o nosso apoio”, disse.
Também estiveram presentes na audiência pública os deputados Rogério Rosso (DF), Alexandre Serfiotis (RJ), Paulo Magalhães (BA), Evandro Roman (PR), Goulart (SP) e Júlio César; os senadores Sérgio Petecão (AC), Otto Alencar (BA) e Hélio José (DF) e o presidente nacional interino do PSD, Guilherme Campos.
Renan Bortoletto