BRASÍLIA – O presidente do Conselho de Ética na Câmara, Ricardo Izar (PSD) escolheu o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) para relatar o processo contra o parlamentar licenciado André Vargas (PT-PR). Além de Delgado, outros os deputados Roberto Teixeira (PP-PE) e Renzo Braz (PP-MG) foram sorteados para a função. Porém, Teixeira alegou que não gostaria de relatar o caso e o presidente do Conselho concluiu que Braz tem pouca experiência para ser o relator.
O relator entende que há elementos para que a abertura do processo no conselho. Por isso, deverá apresentar, na próxima semana, parecer preliminar a favor da continuidade das investigações
— O relatório preliminar vou apresentar na semana que vem. Vai depender do conselho abrir ou não. se abri, esperamos ter o processo concluído antes da Copa do Mundo. Vamos respeitar o amplo direito de defesa – disse Júlio Delgado.
A escolha deve ter deixado aliados de Vargas preocupados. Delgado foi o relator do processo contra o petista José Dirceu no conselho. Costuma ficar entre os deputados que não se sensibilizam e nem agem de forma corporativa no conselho.
Izar disse mais cedo que pediria ao relator para acelerar a apresentação do relatório, já que a Câmara entra em recesso parlamentar em julho e, depois, os trabalhos serão prejudicados pelo ano eleitoral. Segundo o presidente do conselho, o processo está instaurado e só não seguirá adiante se Henrique Alves acolher a questão de ordem do PT.
– Estamos preocupados com o prazo. Só interromperemos se o Henrique deferir a questão de ordem do PT, mas acho que estamos bem amparados pelo regimento, não vamos ter problema com isso – disse Izar, acrescentando:
– É uma posição difícil e ruim (julgar um colega deputado), mas o conselho tem que cumprir com seu papel.
Izar afirma que o parecer preliminar, que dará andamento ou arquivará o processo contra Vargas por falta de provas, deverá ser apresentado na semana seguinte à Semana Santa.