Membro da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Infraestrutura Nacional, o deputado Marcos Montes (MG), participou de seminário realizado na Câmara nessa terça-feira (21), para apresentar um roteiro de medidas de apoio ao crescimento da indústria química brasileira. Segundo a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), em 2012 o faturamento líquido do setor chegou a 153 bilhões de dólares, mas o consumo tem sido abastecido por importações, o que preocupa as indústrias.
Dados da Abiquim demonstram que em 1990 o Brasil importava 7% de sua demanda doméstica. No último ano, esse índice fechou próximo a 30%. Para Montes, o debate incentiva a criação de metas que visem aumentar a competitividade da indústria química, principalmente no estímulo ao uso de matéria prima que o país possui.
“Produtos como a ureia, que depende de gás natural e poderia ser fabricado no Brasil, ainda são importados. Na minha região, do Triângulo Mineiro, por exemplo, a implantação da fábrica de amônia e ureia necessita especificamente do gás e nós temos um compromisso da Petrobras que, apesar do custo desse produto a 12 dólares, a fábrica será criada. O agronegócio aguarda essa ação”, lembrou o deputado.
Henri Slezynger, presidente do Conselho Diretor da Abiquim, destacou que os produtos farmacêuticos são os mais importados e representam cerca de 30% do déficit nacional. “O Brasil chegou a ser o 3º maior produtor de antibióticos. Hoje, no entanto, o país não produz mais nenhum. São todos importados. Em algum momento faltou uma política industrial. O nosso desafio é não deixar que isso se repita”, defendeu.
Slezynger afirmou ainda que o Brasil ocupa o 6º lugar mundial em faturamento da indústria química, com crescimento de 8% ao ano entre 1990 e 2011. A China e os Estados Unidos são os primeiros do ranking.
Emmanuelle Lamounier
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