A possibilidade de outras operadoras, além da Petrobras, explorarem o petróleo e o pré-sal no país foi novamente defendida pelo deputado Júlio César (PI), em audiência pública. O debate promovido nesta terça-feira (7), pela comissão especial que analisa o tema (PL 4.567/16), contou com a participação do ministro das Relações Exteriores, José Serra.
“O modelo da Noruega é eficiente e apresenta resultados positivos. Aqui, tivemos uma redução substancial na distribuição dos royalties de petróleo. Ano passado nossa produção caiu 37% e, este ano, nos quatro primeiros meses já caiu 48%. Temos que flexibilizar nosso modelo, pois abrir o mercado para outras empresas significa voltar a produzir e crescer”.
Ao ministro, Júlio César apresentou números que surpreenderam. “A Estatal já valeu o equivalente a 10% do nosso PIB [Produto Interno Bruto] e, hoje, vale menos de 3%. A empresa deve algo em torno de R$ 500 bi e o preço de mercado dela um pouco mais de R$ 130 bi”, disse o deputado.
José Serra concordou com o parlamentar sobre a exploração, por mais de uma operadora, embora acredite que o modelo norueguês seja “inalcançável”. “A Noruega é considerada a perfeição nessa matéria, inclusive, eles têm uma política de fundo soberano onde aplicam apenas os rendimentos em aposentadorias, sem gastar o principal.”
O ministro disse ainda que acredita que o modelo brasileiro, para o futuro, vai demandar muita discussão, desde criar um fundo até termos uma renda sustentada. “Esse é o modelo que tenho na cabeça, mas não pretendo me equiparar a vossa excelência em matéria de números, pois é um craque e, eu, apenas um economista especialista em generalidades”, ponderou Serra.
Carola Ribeiro