O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, foi ouvido pelo deputado Júlio César (PI) em audiência pública na quarta-feira (6), na Comissão de Finanças e Tributação (CFT). O representante do órgão debateu o papel funcional da instituição na gestão das políticas econômicas e a agenda de reformas.
Um dos temas que chamou atenção do deputado Júlio César foi a alta taxa cobrada pelos bancos nas tarifas bancárias. “Eu tenho aqui as tarifas bancárias dos cinco maiores bancos do país. E o que mais me chamou atenção foi o valor cobrado pelo saque no caixa eletrônico. Varia entre R$ 2,65, no Banco do Brasil e alguns bancos particulares chega à R$ 3 reais. Sem falar que esses bancos maiores estão absolvendo os menores e ficando cada vez mais fortes”, alertou.
De acordo com os dados apresentados pelo deputado, os valores cobrados apenas com as tarifas bancárias e serviços dos cinco maiores bancos do país, alcançou lucro excessivo. “O que o banco central está fazendo para tributar o lucro dos bancos que somente com essas taxas, sem contar com os empréstimos, já pagam toda a folha de pagamento, os encargos, distribui os dividendos entre os funcionários e ainda lucra entre 35 e 40 bilhões de reais.”
Apesar dos dados sobre os lucros bancários apresentados por Júlio César, o presidente do Banco Central enfatizou que o sistema de tarifas é complexo. “Concordo que cabe uma avaliação nas tarifas bancárias. Hoje temos uma empresa chamada Tecban que fornece os caixas eletrônicos e é controlada pelos grandes bancos. Na prática, os bancos pequenos acabam pagando mais caro para o seu cliente ter acesso a rede de caixas. Esse é um tema que o Bacen tem acompanhado.”
Diane Lourenço