Deputado Júlio César (PI) – Foto: Cláudio Araújo
“A Petrobras representava 10% do PIB [Produto Interno Bruto] e, hoje, vale menos que 4%. Além do valor de mercado, os acionistas estrangeiros estão denunciando a estatal e obtendo sucesso em suas causas, em especial, na justiça americana. Tudo isso compromete a credibilidade da empresa no mercado internacional e consequentemente no mercado interno.” A avaliação é do deputado Júlio César (PI).
O parlamentar participou nesta quinta-feira (5), de audiência pública que debateu sobre a indústria nacional do petróleo e a possibilidade de outras operadoras, além da Petrobras, explorarem o pré-sal no país. A discussão foi promovida pela comissão especial que analisa o Projeto de Lei (PL) 4.567/16, que trata do tema.
O vice-presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), Sérgio Bacci, alertou que uma saída para a indústria naval é abrir o mercado para outras operadoras. Em sua exposição, ele declarou que, em 2014, 84 mil pessoas estavam empregadas no setor e hoje o número caiu para 48 mil.
“Precisamos pensar como o país pode avançar, pois o patrão e o empregado estão insatisfeitos. Basta observarmos o modelo da China, que possuiu mais de cem operadoras e o dos Estados Unidos, onde tudo deve ser construído e manipulado por americanos. Sugiro a criação de linhas de financiamento para produzir e exportar com perspectiva de demandas em longo prazo.”
Júlio César defendeu a adaptação do modelo norueguês nos portos de exploração no país. “Na Noruega, o porto funciona com mais de cem operadoras e é fiscalizado por duas estatais. Isso tem contribuído para aumentar a renda per capita daquele país. São mais de U$ 100 mil por habitante/ano. Grande parte dessa renda advém do petróleo”, avaliou o parlamentar.
Já o diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP), João Antônio de Moraes, declarou que “não é hora de abrir para estrangeiros, nem de vender ativos. É hora de planejar”. Júlio César rebateu e disse que a Petrobras está vendendo ativos para se manter.
Carola Ribeiro