As demissões e a queda na produção do setor automotivo foram tema de debate promovido pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio (CDEIC), nesta terça-feira (11). O presidente do colegiado, deputado Júlio César (PI), demonstrou preocupação e declarou não visualizar a melhoria do cenário em curto prazo.
“Estou preocupado com a queda na produção, na venda e no emprego. O carro brasileiro, se comparado aos veículos americanos ou europeus, tem a maior carga tributária e não vejo justificativa para essa discrepância. O índice de desemprego só aumenta, já está em praticamente 7%; a contribuição tributária está caindo e todos os indicadores estão no vermelho. Cai a arrecadação e aumentam as despesas. Não vejo mudanças no curto prazo.”
O presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, afirmou que a crise econômica vem refletindo de forma acentuada no setor que, segundo ele, representa 12% da arrecadação tributária do país. “Estamos com excedente de mão de obra. Produzimos bastante e vendemos pouco. Atualmente, são 37 mil funcionários ociosos (afastados ou em férias coletivas) e um estoque para 45 dias de venda.”
A coordenadora de estatística do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Maria Emília Veras, apresentou pesquisa indicando queda de 36 mil empregos em São Paulo, nos últimos 12 meses. “Nos outros estados também houve altos índices de dispensa, salvo o estado de Pernambuco, que criou quatro mil novos empregos com a instalação de uma fábrica automotiva.”
Maria Emília afirmou que “o Programa de Proteção ao Emprego (PPE) e o Programa Nacional de Exportação (PNE), com os acordos entre o Brasil e países latino-americanos, são os caminhos para minimizar os impactos da atual crise”.
Carola Ribeiro