Júlio César demonstra preocupação com ajuste fiscal

Deputado Júlio César (PI) - Foto: Lucio Bernardo Jr./Câmara dos Deputados

Deputado Júlio César (PI) – Foto: Lucio Bernardo Jr./Câmara dos Deputados

O deputado Júlio César (PI), presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio (CDEIC), demonstrou preocupação quanto ao ajuste fiscal proposto pelo governo. Ele afirmou, nesta quarta-feira (29), durante audiência pública com o ministro Joaquim Levy (Fazenda), que não consegue vislumbrar a retomada do crescimento no país com as medidas apresentadas.

“Estamos vendo o PIB [Produto Interno Bruto], o investimento, a arrecadação, a poupança, as commodities caindo e o desemprego aumentando. Além de tudo isso, os restos a pagar do Tesouro, somando somente as três maiores contas, chegam a R$ 226 bilhões. Por isso, gostaria de ouvir do ministro como esse ajuste vai conseguir reequilibrar as contas do governo frente ao tamanho do passivo existente.”

Com base em números, o parlamentar também citou a disparidade regional. “Tenho um estudo, e entreguei ao ministro, que aponta o tamanho do descaso histórico do Brasil com o Nordeste. Em 91, por exemplo, a projeção do desenvolvimento da região era de 210%, duas vezes mais que o da Zona Franca de Manaus. Hoje é de apenas 28%”, afirmou o deputado.

Em resposta, Levy afirmou que as considerações de Júlio César balizam a necessidade da urgência de concluir os ajustes “para reverter o quadro”. Sobre os restos a pagar, o ministro afirmou que “é reflexo de programas e ações que se estendem por anos e só se completam depois”. Ele garantiu que parte desses débitos já está sendo paga.

Durante sua apresentação Levy reiterou que o ajuste econômico não vai atrapalhar o PIB e o crescimento. “Na verdade, estamos fazendo essa reorientação porque o crescimento vinha desacelerando. A taxa de crescimento do Brasil não está entre as maiores, mesmo quando se consideram países que têm passado por um ajuste muito forte. Neste ano, teremos retração. Temos que concluir rapidamente o ajuste para o PIB voltar a crescer”, declarou.

Jaque Bassetto

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