O deputado Júlio César (PI) discutiu com especialistas, nesta terça-feira (31), as consequências do Marco Legal do Pré-Sal nos investimentos do setor petrolífero. Em audiência pública na comissão especial da Petrobras e Exploração do Pré-Sal (PL 4.567/16), o parlamentar lamentou a incapacidade de investimento da estatal, face ao grande endividamento.
“A dívida da Petrobras é superior ao seu patrimônio líquido. A projeção de investimento, que era na casa dos 600 bilhões de dólares até 2020, está hoje em apenas 20 bilhões e o débito supera os 140 bilhões de dólares. Isso é muito preocupante em se tratando de uma indústria que já empregou cerca de dois milhões de trabalhadores”, disse o deputado.
Um dos especialistas ouvido, professor Luis Pinguelli, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, afirmou ser favorável à manutenção do monopólio da Petrobras na exploração do pré-sal. Para Pinguelli, é positivo que a empresa detenha o domínio tecnológico sobre as operações. “Há uma superprodução de petróleo no momento no mundo e, nesse momento de crise, nós não iríamos aumentar a participação estrangeira por causa disso”, disse.
Porém, Júlio César discordou. O parlamentar piauiense defendeu a adoção do modelo Norueguês de abertura do capital da empresa governamental. “O Brasil não pode se dar ao luxo, com uma população superior a 200 milhões de habitantes, de ter só na indústria do petróleo a sua base econômica para o setor. Esse modelo tem fracassado na Venezuela”, destacou.
Demétrius Crispim