Em reunião conjunta, realizada nesta quinta-feira (26), as comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços (CDEICS) e Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) debateram o potencial da internet das coisas (tecnologias sensoriais) para o país. O presidente da CDEICS, deputado Júlio César (PI), avaliou que o país está muito atrasado em desenvolvimento.
“O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCT) sofreu um corte muito grande. Primeiro, o valor dos recursos destinados à Pasta caíram para R$ 7 bilhões e, um segundo corte, diminuiu esse valor para R$ 5 bilhões. Na prática, só investimos 1,16% do nosso PIB [Produto Interno Bruto] na área, o que, se compararmos com a Coreia do Sul, por exemplo, que investe 4% de seu PIB para o desenvolvimento tecnológico, é muito pouco.”
O ministro Celso Pansera ressaltou que o corte sofrido pelo ministério dificultou ainda mais a execução de alguns projetos. Ele solicitou aos parlamentares que, dentro das possiblidades, destinem os recursos de suas emendas parlamentares para o setor.
“Nosso grande desafio é implantar rede de fibra ótica sólida e eficiente. Temos um projeto a ser lançado conjuntamente com os ministérios das Comunicações (MC) e Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) que vai permitir que as instituições públicas de ensino tenham, de fato, acesso a internet. É um projeto com custo elevado, mas os resultados serão significativos”, explicou.
Pansera solicitou ainda, articulação dos parlamentares com os senadores para a ágil aprovação, pelo Plenário do Senado, do Projeto de Lei da Câmara 77/15, que promove uma série de ações, como por exemplo, parcerias público-privadas para incentivar pesquisas, inovação e desenvolvimento científico e tecnológico.
A audiência também discutiu as cidades inteligentes, que integram bem aspectos como infraestrutura, planejamento e inteligência humana, refletindo no bom andamento das áreas de saúde, educação e segurança, por exemplo.
Para Júlio César, os dados apresentados na audiência foram insuficientes. “Somos a sétima maior economia do mundo e, em relação às cidades inteligentes, São Paulo está em 94ª colocação no ranking mundial. Isso significa que estamos distantes de países na mesma escala de desenvolvimento.”
Para concluir, o parlamentar lembrou que boa parte dos recursos que financiam a ciência e a tecnologia é “perdido” com os contingenciamentos do orçamento e a Desvinculação de Receitas da União (DRU).
Carola Ribeiro