Parlamentares de países de todos os continentes reuniram-se em Estocolmo, na Suíça, para a reunião anual da Rede Global de Legisladores em Segurança Viária, que acontece em paralelo à 3ª Conferência Ministerial Global sobre Segurança Viária. “É sempre importante ver que há avanços na redução significativa de vítimas do trânsito até mesmo em países da Ásia e da África, que têm problemas semelhantes ao Brasil mas dão prioridade ao enfrentamento dessa tragédia”, afirmou o deputado federal Hugo Leal (PSD/RJ), presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro e autor da Lei Seca.
Ao fazer um relato da situação nas Américas, o parlamentar brasileiro destacou relatório da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), de 2019, revelando que o número de mortes no trânsito continua aumentando nas Américas, chegando a quase 155 mil por ano. O número de óbitos equivale a 11% do total global de falecimentos associados a transporte e deslocamento. “As lesões no trânsito são a principal causa de morte de crianças entre cinco e 14 anos de idade. O problema é também a segunda maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos”, enfatizou Hugo Leal.
A taxa de mortalidade no trânsito do Brasil foi estimada em 19,7 por 100 mil habitantes — acima da média das Américas (15,6) e da média do Cone Sul (18,4). “Do ponto de vista da legislação, o Código de Trânsito Brasileiro é considerado bastante avançado.Mas o Brasil está atrasado na gestão do trânsito por não ter uma agência nacional de segurança viária, como recomenda a OMS, ou uma secretaria nacional de segurança viária – enfim, um órgão gestor, como existe na Argentina, no Uruguai ou na Colômbia, capaz de coordenar múltiplas ações, de diversas áreas, com foco neste objetivo, de enfrentar a tragédia do trânsito”, afirmou o deputado Hugo Leal, único parlamentar das Américas a fazer parte do Conselho de Liderança da Rede Global de Legisladores para a Segurança Viária.
O relatório da OPAs aponta ainda que, nas Américas, quase metade das pessoas que morrem por lesões no trânsito são motociclistas (23%), pedestres (22%) e ciclistas (3%). Esses grupos são considerados usuários vulneráveis das vias, por circularem com mínima proteção e por não terem outra opção senão utilizar uma infraestrutura de trânsito pouco segura. “No Brasil, este número de motociclistas vítimas do trânsito é ainda maior. Vivemos uma verdadeira epidemia”, destacou Hugo Leal.
Parlamentares do Reino Unido, da Suécia, de Luxemburgo, da França, da Tailândia, do Egito, do Benin, da Nigéria, da Índia e da Tanzânia, entre outros países, estavam no encontro – presidido por Etienne Krug, diretor da Organização Mundial de Saúde, e pelo coordenador da Rede Global de Legisladores, Barry Sheerman, membro do Parlamento do Reino Unido.
O encontro da Global Network for Road Safety Legislators teve a participação especial de Zoleka Mandela, neta de Nelson Mandela, embaixadora da ONU para Saúde Infantil e uma ativista da causa da segurança viária após perder a filha no trânsito.
Assessoria de comunicação do deputado