G1: Tendência é cassação de Vargas, diz presidente do Conselho de Ética

O presidente do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, Ricardo Izar (PSD-SP), disse nesta terça-feira (8) ao G1 que se as denúncias contra o vice-presidente da Casa, André Vargas (PT-PR), forem comprovadas, a tendência será a cassação do mandato do parlamentar.

Nesta segunda-feira (7), o petista entregou à Secretaria-Geral da Mesa da Câmara carta com pedido de afastamento temporário por 60 dias do mandato de deputado federal. Ele é alvo de denúncia de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef. Em nota, o parlamentar afirmou ser vítima de “massacre midiático” e disse ter pedido a licença para preparar sua defesa. A representação ao Conselho de Ética foi protocolada pelos partidos de oposição PSDB, DEM e PPS.

“Eu acho que se as denúncias que foram feitas pela imprensa, se comprovada a verdade, a tendência de punição [ de Vargas] será a cassação. Eu acho que é uma tendência porque são graves as denúncias”, disse Izar.

Eu acho que se as denúncias que foram feitas pela imprensa, se comprovada a verdade, a tendência de punição será a cassação. Eu acho que é uma tendência porque são graves as denúncias.”

Segundo o presidente do Conselho de Ética, os 21 membros do colegiado vão se reunir às 14h desta quarta (9) para decidir quem será o relator da representação movida pela oposição. Segundo Izar, ele procurou os deputados para saber quem aceitará ser o relator.

O parlamentar disse que sete deputados não poderão relatar o caso por serem de PT, PSDB, DEM ou PPS (partidos diretamente envolvidos) e um afirmou não querer. Portanto, segundo Izar, um dos demais 13 deputados do conselho será o relator.

Ricardo Izar disse que, se fosse o relator, a tendência seria de se manifestar pela cassação do mandato de Vargas. “Se eu fosse o relator, e essas provas forem verdadeiras, eu acho que a tendência seria a perda do mandato”, disse Izar.

De acordo com o deputado, após a abertura do processo, o Conselho de Ética terá 90 dias para apresentar um relatório e levá-lo para votação no plenário. “A única forma de ele [Vargas] paralisar o processo no conselho é renunciar”, disse.

“A Polícia Federal comprovando algumas coisas que a imprensa colocou, fica um cenário feio, um cenário difícil para ele se livrar da cassação”, declarou.

Ainda de acordo com o parlamentar, “provavelmente” o relator do processo de André Vargas deverá chamar a Polícia Federal, o petista e testemunhas para que possam esclarecer as denúncias.

“Só existem duas situações para o caso do André Vargas. Se ele renunciar antes do processo ser instaurado, o processo não é instalado. Se ele renunciar depois, o processo vai paralisar, mas ele perde os direitos políticos, mesmo com a renúncia, com base nas regras da Lei da Ficha Limpa. Eu não sei o período, mas a eleição deste ano, por exemplo, ele não poderá disputar. (…) O processo será instaurado amanhã [quarta-feira, 9] e aí o relatório ficará pronto no prazo de 90 dias”, completou.

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