As tarifas bancárias e as taxas de juros foram temas de palestra do deputado federal Júlio Cesar (PI) para membros da Associação Nacional de Advogados de Poupadores (Anap). O evento aconteceu nesta sexta-feira (25) no auditório do Conselho Federal da Ordem dos Advogados (OAB), em Brasília.
De acordo com o levantamento feito pelo parlamentar, somente no primeiro semestre de 2018 os bancos lucraram R$ 66 bilhões com tarifas e serviços. Desse montante, os bancos pagaram as despesas com pessoal, dividiram participação nos lucros e houve sobra de R$ 18,3 bilhões. Somados à essa receita, no mesmo período do ano passado, as instituições financeiras também arrecadaram R$ 184,5 bilhões com operações de crédito.
“Isso significa um lucro excessivo. Os que mais cresceram foram os bancos oficiais. É preciso reduzir as tarifas bancárias e aumentar a tributação sob o sistema bancário para desonerar o bolso das empresas e da população”, reforçou Júlio César.
Segundo o presidente da Anap, Cleanto Jales, os dados apresentados vão embasar as decisões judiciais da organização. “Esse estudo demonstra a capacidade de pagamento dos compromissos jurídicos dessas entidades com os poupadores, que já tiveram as ações transitadas em julgado e os bancos demonstram resistência de saldar os valores sem ocorrer um colapso financeiro.”
O presidente da Comissão de Planos Econômicos da OAB-SP, Rubens Alves, contrapôs a falta de pagamento das ações na justiça dos planos econômicos Bresser (1987), Verão (1989) e Collor 2 (1991). “Com os dados apresentados pelo deputado é possível refutar o argumento dos bancos de que não existe saldo para o pagamento das cadernetas de poupança confiscadas pelos planos econômicos.”
Para o deputado Júlio César, o Legislativo deve ampliar os debates sobre este assunto. “Vou recolher assinaturas dos parlamentares e criar a Frente Parlamentar em Defesa dos Poupadores. Precisamos defender os interesses da população”, disse.
Diane Lourenço