Entidades e deputados voltam a apontar ineficácia do programa Mais Médicos

Deputado Eleuses Paiva (SP) - Foto: Cláudio Araújo

Em audiência pública, nesta terça-feira (10), na comissão mista que debate a Medida Provisória 621/13, que institui o programa Mais Médicos, entidades do setor e representantes da bancada do PSD afirmaram que a medida é paliativa e ineficaz.

“É unânime a opinião de que o programa em nada resolve os graves problemas da saúde no País. Áreas sociais não deveriam ser colocadas como programas partidários. O interesse pessoal não pode sobrepor o coletivo”, afirmou o deputado Eleuses Paiva (SP), vice-líder do partido.

Entre as críticas apresentas está a alteração curricular promovida pela MP e a falta de investimentos diretos para a melhora da infraestrutura. Segundo dados da Associação Médica Brasileira (AMB), o Ministério da Saúde deixou de investir, em 2012, R$ 17 bilhões disponíveis para o setor.

“Sem infraestrutura não há médico que resolva. O programa é uma doença mal diagnosticada. Temos que tomar cuidado para não tirar o foco do problema que é de gestão, de recursos e de garantias para a chegada de profissionais de qualidade aos cidadãos”, avaliou o deputado Armando Vergílio (GO), membro do colegiado.

As críticas foram compartilhadas pelos presidentes da AMB, Florentino Cardoso, e da Associação Nacional dos Médicos Residentes (ANMR), Beatriz Costa, além da representante do Conselho Nacional da Saúde (CNS), Ana Maria Costa. “O sentimento é de frustração com essa medida que vai prejudicar o povo brasileiro”, declarou Beatriz.

Os deputados relembraram a necessidade de destinar 10% da receita corrente bruta da União para o setor e voltaram a cobrar a criação da carreira de Estado para a categoria. “Isso sim é uma medida responsável e que vai ajudar a levar médicos para o interior do país”, disse Vergílio.

Também presente à reunião, o deputado Dr. Paulo César (RJ), mostrou-se favorável ao programa do governo. “É preciso que todas essas questões levantadas caminhem para complementar a proposta. A medida é importante”, argumentou.

Luís Lourenço

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