Parlamentares, dirigentes e esportistas pediram, nesta segunda-feira (31), mais visibilidade e incentivos aos atletas surdos. O tema foi discutido em audiência da Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados, realizada a pedido do deputado Fábio Mitidieri (PSD-SE) e presidida pelo deputado Hugo Leal (PSD-RJ).
Ainda sobre o tema, Hugo Leal vai apresentar projeto de lei para instituir do Dia Nacional do Atleta Surdolímpico, a ser celebrado em 10 de setembro, data da primeira medalha brasileira nas Surdolimpíadas, em Taiwan 2009.
“Devemos aproveitar essa discussão sobre a criação da data nacional para mobilizar esforços para promover o desporto surdolímpico e garantir o financiamento para o desenvolvimento de seus atletas e entidades”, destacou Leal.
Surdolimpíada no Brasil
No requerimento para o debate, Fábio Mitidieri lembrou que o Brasil será a sede da 24ª Surdolimpíada de Verão, que acontecerá de 1º a 15 de maio de 2022, na cidade de Caxias do Sul (RS).
Há expectativa de reunir mais de 4 mil surdoatletas no evento, representando mais de 100 países, distribuídos em 21 modalidades desportivas. Para Mitidieri, será um marco na promoção do esporte surdolímpico.
“Mas, com a proximidade da Surdolimpíada, estamos preocupados com o necessário apoio, divulgação do movimento e valorização dos surdoatletas por meio da instituição do Dia Nacional do Atleta Surdolímpico. Por isso, requeremos a realização de audiência pública, com o objetivo de debater os aspectos positivos da criação dessa data comemorativa”, declarou.
Urgência
Hugo Leal apresentou requerimento para pedido de urgência para votação do Projeto de Lei 330/20, que inclui os surdos entre os beneficiários do Bolsa Atleta.
“Precisamos garantir os recursos para que os atletas surdos se dediquem efetivamente ao esporte. Essa audiência pública deve ser o começo de um debate sobre o esporte surdolímpico e seu financiamento”, destacou o parlamentar, que destinou recursos, através de emendas parlamentares, para a realização da Surdolimpíada Nacional, marcada para setembro, em Brasília.
Judoca
Três vezes campeã brasileira, a judoca Marcele Jordão pediu aos deputados que aprovem o pedido de urgência para o Projeto de Lei 330/20, que inclui os surdos entre os beneficiários do Bolsa Atleta.
“Como eu faço? Não recebi auxílio, então tenho de trabalhar em outros serviços para me sustentar e isso atrapalha meu desenvolvimento como atleta. Muitos esportistas como eu desistiram, não participam mais de competições porque tiveram que pagar do próprio bolso”, relatou Marcele, que já integrou a equipe nacional em duas Surdolimpíadas (2013 e 2017).
Confederação
O diretor de Esportes da CDBS, Igor Valério, que fez a sua exposição com o auxílio de uma vocalizadora, destacou a importância da entidade nacional.
“Nós somos 20 federações, 120 associações e uma população extremamente grande e que precisa estar inserida nas políticas públicas do esporte”, apontou. “Temos cerca de 5 mil atletas, distribuídos em 27 modalidades”.
* O que é Surdolimpíada?*
As Surdolimpíadas são um evento multidesportivo internacional, organizado pelo Comitê Internacional de Desportos de Surdos.
No período de 1924 a 1965, o evento era conhecido como Jogos Internacionais Silenciosos. De 1966 a 1999, foram denominados Jogos Mundiais Silenciosos. Desde 2000, adota-se o nome Surdolimpíadas.
Agência Câmara de Notícias e Assessoria de Imprensa do deputado Hugo Leal