Eleuses Paiva chama atenção para problema do alcoolismo juvenil

Deputado Eleuses Paiva (SP) - Foto: Heleno Rezende

O deputado Eleuses Paiva (SP) pretende incluir na pauta de discussões do grupo de Saúde do PSD, o problema do alcoolismo juvenil. Em audiência pública realizada nessa terça-feira (9), na Comissão de Seguridade Social e Família, Paiva mostrou-se alarmado com os dados apresentados sobre o consumo de álcool entre adolescentes e jovens brasileiros.

“Estamos acompanhando um sério problema de saúde pública. 80% dos nossos jovens admitem ter bebido no último ano e 40% no último mês. Precisamos tomar todas as medidas necessárias e possíveis para proteger esses jovens. Trata-se de um tema sobre o qual temos muito a construir e tenho certeza de que o grupo de saúde do PSD vai olhar para ele com extremo carinho e dedicação”, afirmou.

De acordo com Roberto Kinoshita, coordenador da Área Técnica de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas da Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde (MS), convidado para a audiência, as políticas públicas buscam controlar tanto a oferta quanto a demanda.

“O controle da oferta tem se mostrado mais efetivo. Controlar a demanda é mais difícil porque coloca a responsabilidade no indivíduo”, explicou Konoshita. Segundo ele, a adoção de mecanismos como o aumento da taxação sobre esses produtos é o melhor caminho para reduzir o consumo. “Quanto mais caro menor o acesso”, afirmou.

Com relação ao controle da demanda, Konoshita afirmou que as ações de prevenção realizadas no ambiente escolar conseguem reduzir de 20% a 30% a taxa de consumo. “São práticas relacionadas à recuperação de um conceito de risco. Procura-se mostrar ao jovem que ele pode ser aceito em seu grupo sem a necessidade de beber”.

Também presente à audiência, a coordenadora institucional da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), Maria Inês Dolci, afirmou que 19 milhões de brasileiros (10% da população) são dependentes do álcool. Para ela, o aparato jurídico existente atualmente no país é insuficiente para coibir o consumo por parte de adolescentes e jovens.

“Somos muito mais lenientes com o consumo de bebidas do que com o de tabaco, por exemplo. Tanto que liberamos o consumo em eventos como a Copa do Mundo”, destacou. Maria Inês acredita que para além das ações já desenvolvidas no controle da oferta e da demanda é necessário também, restringir ainda mais as propagandas de bebidas alcóolicas e aumentar a penalização. “Proteger crianças e jovens desses vícios é uma obrigação de todos nós”, concluiu.

Raquel Sacheto

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *