Comissão da Mulher aprova adequação da audiência de retratação em casos de violência doméstica

Deputadas Laura Carneiro, do Rio de Janeiro (à esquerda) e Delegada Katarina, de Sergipe (à direita). Foto: Cláudio Araújo

‌Com parecer favorável da deputada Delegada Katarina (PSD-SE), a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher aprovou o Projeto de Lei 3112/23, de autoria da deputada Laura Carneiro (PSD-RJ), que adequa o procedimento de audiências de retratação nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher.

Retratação é o termo utilizado para denominar a decisão da mulher de retirar a denúncia feita anteriormente contra o agressor.

Hoje, quando a mulher vítima de violência não quer mais prosseguir com a denúncia, é realizada uma audiência de retratação, na presença do juiz, para manifestar a intenção em renunciar a representação feita contra o agressor.

‌‌A representação é a manifestação da vontade da vítima, por meio da própria interessada ou do advogado, em autorizar a instauração de inquérito policial ou de ação penal.

Manifestação escrita ou oral
Quando a proposta virar lei, a vítima deverá manifestar expressamente o interesse de se retratar por escrito ou oralmente. O texto também esclarece que essa audiência será apenas para confirmar a retratação da vítima, não a representação.

‌Segundo Laura Carneiro, a mudança contribuirá para maior eficiência e celeridade dos processos que envolvam violência contra a mulher, ao evitar audiências desnecessárias quando não houver a intenção da vítima de se retratar.

Já na opinião da Delegada Katarina, a proposta evitará possíveis constrangimentos e assegurará que a decisão da vítima seja respeitada.

“Não se trata de ato processual obrigatório determinado pela lei, e sim um direito da vítima. A audiência só precisa ser designada, caso ela queira se retratar da representação apresentada na fase do inquérito”, afirmou a relatora.

Tramitação
‌O projeto tramita em caráter conclusivo e, agora, segue para análise da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.‌

Carlos Augusto Xavier e Rahiane Benincasa

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