Brasil pode se tornar autossuficiente na produção de vacinas contra gripes A e B

Deputado Eleuses Paiva (SP) - Foto: Cláudio Araújo

Nesta terça-feira (13), atendendo requerimento dos deputados federais Eduardo Sciarra (PR) e Eleuses Paiva (SP), líder e vice-líder do PSD respectivamente, a Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e desenvolvimento Rural (CAPADR) em conjunto com a Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF), realizou audiência pública para discutir a situação brasileira frente às gripes H1N1 (“gripe suína”) e H7N9 (“gripe aviária”), bem como sobre a fabricação de vacinas antivirais no país.

“Um grande grupo de brasileiros não teve acesso à imunização esse ano. O Brasil possui todas as condições para a fabricação de vacinas e, por isso, o Ministério da Saúde precisa incentivar essa cadeia produtiva, fazendo os investimentos necessários para garantir assistência completa à população”, disse Sciarra.

Para Eleuses Paiva, o Brasil já deu um salto de qualidade ao alcançar capacidade de produção para 20 milhões de vacinas por ano, o que representa 50% da necessidade do país atualmente. “Se tivermos aporte financeiro, seremos autossuficientes nessa produção nos próximos anos e isso será uma garantia para o país. Precisamos das ferramentas adequadas e investimentos”.

Segundo Jarbas Barbosa, secretário de Vigilância e Saúde do Ministério da Saúde, entre 5% a 15% da população mundial é afetada pelas variações do vírus da gripe. Três a cinco milhões de casos são avaliados como graves e ocorrem de 250 a 500 mil mortes anualmente. Ele aposta em prevenção por meio do controle da entrada de alimentos e animais no país; e em maior conscientização da população para aumentar o número de vacinados.

Jorge Elias Kalil Filho, diretor do Instituto Butantan, afirmou que, na América Latina, o Brasil é o único produtor da vacina. Este ano, o Instituto produziu sete milhões de doses contra a Influenza, mas teria capacidade para  fabricação de 20 milhões de unidades, podendo alcançar 40 milhões. Questionado por Sciarra sobre o que poderia ser feito no caso de uma demanda maior que a capacidade de produção, Kalil Filho disse haver duas saídas: o desenvolvimento de pesquisas mais avançadas ou a instalação de uma nova fábrica.

Verônica Gomes

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