Deputados e senadores de Minas Gerais tiveram uma quinta-feira (5) bastante movimentada em Brasília. Entre reuniões e audiências que ocuparam o dia todo, uma notícia importante chega para beneficiar mais de 30 cidades mineiras: o sinal verde por parte do governo para aumentar a cota mínima do Lago de Furnas – medida que deve ser informada com exatidão pelo governo nos próximos dias. O deputado Diego Andrade (MG), que está à frente da mobilização, é defensor da cota 762.
“A chamada Cota 762 é o nível considerado ideal para que o Lago de Furnas seja aproveitado tanto para geração de energia quanto para atividades comerciais, turísticas e náuticas”, explicou o parlamentar que é líder do PSD na Câmara e coordenador da bancada mineira.
Ele disse que por isso operar abaixo da cota 762 custa muito caro para Minas Gerais e para o Brasil. “A nossa luta é constante e nunca estivemos tão unidos para defender os interesses daquela região. O ponto alto do nosso dia hoje certamente foi o encontro com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que sinalizou positivamente à nossa demanda”, declarou Diego.
À bancada mineira, o ministro expôs estudos e até mesmo um cronograma de atividades que permitem subir a cota mínima. “É uma vitória importante para todos nós mineiros. Eu não tenho dúvida de que a retomada da economia do nosso estado e a geração de empregos passam pelo turismo. São mais de 300 empreendimentos construídos às margens do Lago de Furnas e que dependem do volume do reservatório para sobreviverem.”
Diego Andrade disse ainda que o ideal seria operar o sistema de Furnas com um nível ainda maior que a chamada Cota 762 como forma de prevenir longos períodos de estiagem.
Escassez gera cenário de abandono
O Lago de Furnas abrange 34 cidades mineiras numa extensão de 1.406 quilômetros quadrados, sendo um dos maiores lagos artificiais do mundo – a orla do lago tem 3.500 quilômetros de perímetro e é quatro vezes maior que a Baía de Guanabara.
Mas, o que era para ser um mar de água doce hoje, infelizmente, se tornou um cenário de abandono e de pouco caso por parte do poder público federal. Hotéis, pousadas, ranchos e outros empreendimentos turísticos e náuticos sucumbiram diante do baixo volume de água do lago e houve queda no número de visitantes.
Centenas de empreendimentos foram construídos às margens do Lago de Furnas desde a sua criação. Na época, foi necessário inundar uma grande quantidade de terras, o que forçou a retirada de 35 mil pessoas das regiões que ficaram inundadas.
Renan Bortoletto