Em sessão que decidiu a composição da comissão especial que vai analisar a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, nesta terça-feira (8), 272 parlamentares votaram na chapa alternativa à indicação dos líderes partidários, chamada de Chapa 2. Os pessedistas que disputaram uma vaga ressaltaram que o equilíbrio e a independência devem prevalecer sobre as suposições ou precipitações.
Para o deputado Delegado Éder Mauro (PA), o papel dos eleitos será “verificar a parte técnica da peça que será apresentada à comissão especial”. Já o deputado João Rodrigues (SC) ressaltou que o amadurecimento do partido permite que a bancada exponha pensamentos diferentes. “A liberdade que tivemos para compor a Chapa 2 nos possibilita analisar profundamente os motivos e razões pelos quais o pedido de impeachment foi solicitado. Vamos conversar com o partido e, acima de tudo, ouvir a sociedade brasileira.”
O deputado Sóstenes Cavalcante (RJ) declarou que “o PSD não é um partido chapa branca, mas que tem opinião e um projeto para o país. Temos, a partir de agora, um trabalho minucioso, técnico e político a fazer. No Plenário, cada parlamentar poderá expressar seu voto de acordo com o documento que será produzido pela comissão especial. Impeachment é um processo técnico e jurídico, mas, politicamente, precisamos ver se esse é o desejo do povo brasileiro”.
Segundo o deputado Joaquim Passarinho (PA), vice-líder do PSD, apesar das opiniões divergentes, o partido vai se debruçar na análise dos fatos. “Essa comissão precisa de um tratamento especial, não pode ser tutelada, deve ser livre. O partido vai agir com independência. Vamos nos ater aos autos e decidir o que for melhor. Cada parlamentar vive uma realidade diferente em seus respectivos estados e, por isso, no Plenário, o voto não é apenas técnico, mas também político.”
O deputado Silas Câmara (AM), avaliou que a participação da legenda nas duas chapas demonstrou maturidade de seus integrantes. “O PSD venceu, pois tínhamos uma chapa indicada e outra conciliada. Tenho certeza que o partido fará um belíssimo papel nessa comissão, pois 70% da população pede uma resposta para essa situação.”
Para o deputado Goulart (SP), a sigla saiu fortalecida da votação porque, democraticamente, participou das duas chapas. “Espero que a Chapa 2 não atue como oposição ao governo e, sim, que levante todas as denúncias, apure se são verídicas e apresente um relatório com total isenção.”
Seriedade é o tom defendido pelo deputado José Carlos Araújo (BA). “O PSD talvez seja o partido mais equilibrado desta Casa. O nosso líder Rosso está de parabéns, pois tem dado liberdade para que cada um vote de acordo com o que é melhor para seus estados. Vamos continuar afinados, trabalhando para o desenvolvimento do Brasil com retidão, seriedade e competência.”
Como a composição da chapa ainda não possui 65 membros, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), colocou como primeiro item da pauta, desta quarta-feira (9), a eleição suplementar.
Carola Ribeiro