O deputado federal Hugo Leal, autor da Lei Seca, elogiou a iniciativa do governo de implantar os ”drogômetros“, aparelhos capazes de identificar se o motorista utilizou maconha, cocaína, ecstasy e outros entorpecentes. A Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), ligada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, informou que quatro aparelhos com tecnologia estrangeira estão sendo considerados em um estudo desenvolvido pelo órgão.
“A legislação já pune quem dirige sob efeito de álcool mas também de qualquer outro substância psicoativa; portanto, não é preciso mudar a lei. Faltam aparelhos testados e aprovados pelos órgãos competentes como já existem em outros países”, afirmou Hugo Leal, presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro, em entrevista.
Em outros países, como Austrália e Estados Unidos, a detecção se o motorista está ou não dirigindo sob efeito de drogas, é feita através da saliva. Ao ser abordado, o condutor coloca o cotonete na boca para colher a amostra. O material, então, é colocado em contato com um reagente, em tira de papel, que indica a presença ou não da droga.
Cada droga é testada em uma região do papel, indicando resultado positivo ou negativo para cada uma delas. “É algo que dura em torno de dois ou três minutos. É um avanço que vai salvar vidas”, assegurou o deputado Hugo Leal.
O parlamentar lembra o impacto positivo nas estradas com o exame toxicológico, o chamado teste do cabelo, que passou a ser exigido para a renovação da carteira de motorista para motoristas de veículos pesados como caminhões e ônibus.
“Há três anos, temos o teste para detectar, através dos fios de cabelo, se os motoristas que buscam renovação de Habilitação nas categorias C, D e E, fizeram uso de droga nos últimos 90 dias. É o chamado exame toxicológico de larga janela. O que se pretende com o drogômetro é o exame toxicológico de curta janela, com detecção instantânea”, explicou, acrescentando o exame toxicológico resultou numa redução do número de acidentes nas rodovias.
Os estudos sobre a eficiência dos aparelhos (‘drogômetros’) estão sendo feitos desde 2016, numa parceria entre o Centro de Pesquisa em Álcool e Drogas, sediado no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, e a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad). Dos quatro aparelhos testados, três deles tiveram desempenho superior a oito nas análises, atendendo assim recomendações das normas internacionais.
Em dezembro, os resultados de pesquisa em Porto Alegre foram divulgados à comunidade científica, revelando que 20,1% (praticamente um em cada cinco) dos motoristas que toparam participar do teste tiveram detectado o uso de substâncias psicoativas, que não o álcool. A coleta de fluido oral levou em média 2 minutos e 38 segundos, e a análise do material, 5 minutos e 47 segundos.
Assessoria de comunicação do deputado