Audiência pública debate o MMA como instrumento de inclusão social

Um dos esportes que mais cresce no Brasil, as Artes Marciais Mistas (MMA) foi tema de debate, nesta quinta-feira (1º), na subcomissão especial que discute a modalidade como instrumento de inclusão social.

A subcomissão tem como meta avaliar os impactos positivos e negativos que o esporte pode oferecer ao cidadão, além da elaboração de um relatório que traga medidas como a inclusão do esporte na grade curricular das escolas públicas.

“Acredito que o MMA reflete na formação do caráter, na educação e na disciplina de quem o pratica. Temos que desmistificar a ideia de que é um esporte violento, pois quem está ali dentro do octógono teve um preparo, uma aptidão física comprovada por médicos que sempre priorizam a sua saúde”, pontuou Fábio Mitidieri (SE), presidente da subcomissão.

Para ele, é necessário diferenciar aulas comuns, da prática dos atletas de alto rendimento. “As aulas oferecem a técnica, o esporte propriamente dito. Quem parte para a luta visando uma profissão, atinge outro patamar e é acompanhado de perto por profissionais qualificados.”

A audiência pública contou com a presença do ex-campeão mundial da categoria peso-pesado do UFC (Ultimate Fighting Championship), Rodrigo Minotauro, e o comentarista do Canal Combate, Carlos Barreto.

Minotauro admitiu que ainda existe muito preconceito com o esporte, mas relatou exemplos de sucesso de jovens que se encontraram na vida por meio do MMA.

“Temos duas escolas no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, onde mais de 900 crianças praticam o MMA. Muitas delas estavam perdidas nas drogas, e hoje sonham com um futuro melhor.”


Modalidade pode ser incluída na grade curricular de escolas

Durante o debate, Célio René, Coordenador Geral de Lazer e Inclusão Social do Ministério dos Esportes, disse que o governo já estuda a possibilidade de incluir aulas de MMA na grade curricular.

“Quem já teve a oportunidade de frequentar um ambiente onde se praticam as artes marciais sabe que ali estão reunidos elementos muito ricos pedagogicamente como respeito, hierarquia, e isso está na essência das artes marciais”, disse.

René reconhece, no entanto, que ainda é preciso um elo maior entre o Ministério dos Esportes e o próprio Ministério da Educação para concretizar este sonho.

“É preciso ver também a questão do profissional que ficará responsável pelas aulas. Acredito que os ministérios e a própria Câmara devem construir uma política desportiva que atendam estes anseios. Assim ficaríamos cada vez mais próximos do ambiente escolar.”

Renan Bortoletto


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