Coordenador da bancada mineira e líder do PSD na Câmara, o deputado Diego Andrade (MG) fez um discurso contundente nesta quarta-feira (12), no Plenário, em defesa do Lago de Furnas. O nível do espelho d’água está cada vez mais baixo e tem prejudicado moradores e a atividade turística como um todo em mais de 34 municípios mineiros.
“Em um momento que Minas Gerais atinge volumes históricos de chuva, estamos perdendo a oportunidade de aproveitar um dos maiores potenciais turísticos do estado. E tudo por problemas de gestão na área de Minas e Energia”, disse Andrade.
O deputado é defensor da chamada Cota 762, que é o nível considerado ideal para que o Lago de Furnas seja aproveitado tanto para geração de energia quanto para as atividades de comércio, turísticas e náuticas. Hoje, segundo dados da Furnas Centrais Elétricas, o Lago está a apenas 754 metros acima do nível do mar.
“Sonhos foram deixados para trás e todos na região se reinventaram. Mas, anos depois, presenciamos cenas catastróficas e um espelho d’água cada vez menos vistoso. Sabemos que é possível manter a mesma geração de energia respeitando a cota 762, o que não foi feito pelo Governo Federal. Se andarmos pela região é possível ver ranchos, pousadas e até mesmo hotéis abandonados. A piscicultura e os pequenos produtores rurais também sofrem”, declarou o parlamentar.
Para solucionar estes problemas, Diego Andrade se reuniu com o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro, e também com o de Minas e Energia, Bento Albuquerque. “É preciso que haja vontade política e a união de todos. Com uma gestão equilibrada de Furnas e do nosso precioso recurso hídrico, é possível sim, gerar energia e manter o nível do lago em um patamar satisfatório para promover o turismo de Minas Gerais.”
Escassez gera cenário de abandono
O Lago de Furnas abrange 34 cidades mineiras numa extensão de 1.406 quilômetros quadrados, sendo um dos maiores lagos artificiais do mundo – a orla do lago tem 3.500 quilômetros de perímetro e é quatro vezes maior que a Baía de Guanabara.
Mas, o que era para ser um mar de água doce hoje, infelizmente, se tornou um cenário de abandono e de pouco caso por parte do Poder Público Federal. Hotéis, pousadas, ranchos e outros empreendimentos turísticos e náuticos sucumbiram diante do baixo volume de água do lago e houve queda no número de visitantes.
Mais de 300 empreendimentos foram construídos às margens do Lago de Furnas desde a sua criação. Na época, foi necessário inundar uma grande quantidade de terras, o que forçou a retirada de 35 mil pessoas das regiões que ficaram inundadas.
Renan Bortoletto