O atraso na entrega dos 1.753 quilômetros de ferrovia da Transnordestina gerou críticas por parte do deputado Júlio César (PI). O parlamentar, que também é coordenador da bancada do Nordeste no Congresso, participou nesta quarta-feira (17) de audiência pública na Comissão Externa – da qual é membro – que acompanha a construção da ferrovia.
“A Transnordestina é fundamental para o crescimento do Nordeste, principalmente para o Piauí que tem um grande potencial de minério e produz alto número de grãos, cuja competitividade pode aumentar se for transportada por trilhos”, explicou o parlamentar.
Iniciada em 2007 como parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a Transnordestina tem, até o momento, metade da obra concluída. O governo estima que, ao término da construção, sejam gastos R$ 11,2 bilhões entre recursos públicos e concessões privadas.
Cleverson da Silva, chefe do Departamento de Transportes e Logística do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), informou que o atraso no cronograma de obras “se deve aos processos de desapropriação, cruzada de trechos urbanos e mudanças de traçado”.
O deputado Júlio César solicitou, na ocasião, um percentual maior de investimentos por parte do BNDES na região nordestina. “Teve ano em que o Nordeste não recebeu nem 7% dos investimentos de infraestrutura aplicados pelo BNDES. Isso precisa ser revisto, somos mais de 54 milhões de nordestinos.”
Rota sobre trilhos
A ferrovia, quando estiver em pleno funcionamento, deve beneficiar diretamente 81 municípios nordestinos, sendo 19 no Piauí, 28 no Ceará e mais 34 no estado de Pernambuco. Estudo do BNDES calculou que, após a conclusão da obra, a ferrovia permitirá o transporte de mais de 30 milhões de toneladas de cargas por ano.
Renan Bortoletto