Thiago Resende
De Brasília
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A bancada ruralista cobrou ontem do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), uma decisão sobre o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Após reunião com representantes do setor agropecuário, líderes do grupo parlamentar pediram ao peemedebista para “encerrar o assunto”, acatando ou negando o pedido.
Segundo Marcos Montes (PSD-MG), coordenador da frente, Cunha repetiu que decidirá sobre o caso ainda em novembro. Provavelmente será depois do dia 15. “Colocamos essa situação para que o Brasil volte a produzir, que o Brasil supere esse momento difícil. O agronegócio, que vem sustentando o país, está sofrendo demais”, disse. Os parlamentares se reuniram pela manhã com representantes de entidades ligadas ao setor, como a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) e produtores de soja.
“As empresas cobraram uma posição, entendendo que, para melhorar a economia, tem que resolver a política. Hoje, [o caso do] Eduardo Cunha já está num fórum que é o Conselho de Ética. E da questão da presidente Dilma não tem nada sendo discutido. Viemos exigir do Cunha, dentro de sua prerrogativa, que instale ou pelo menos coloque o impeachment para acabar com ele ou que se tome realidade. Não interessa o resultado”, declarou o deputado Nilson Leitão (PSDB-MT), integrante da bancada ruralista e vice-líder tucano na Câmara, que defende a saída de Dilma.
A oposição aguarda, essencialmente, um ato de Cunha sobre pedido de impeachment apresentado por Hélio Bicudo, um dos fundadores do PT. Com a revogação do rito sobre o processo de impeachment promulgado por Cunha, já não existe mais a possibilidade do PSDB apresentar um recurso ao plenário caso o peemedebista tome uma decisão que contrarie o partido. O ato do presidente da Câmara neste caso é monocrático.