Em audiência pública, o deputado Walter Tosta (MG) defendeu modificações nas cédulas e moedas brasileiras para que os deficientes visuais tenham maior facilidade para reconhecer seus valores. O debate foi promovido pela Comissão de Direitos Humanos (CDH), nesta terça-feira (10).
Segundo Tosta, as soluções que a Casa da Moeda apresentou para as notas não têm sido suficientes. “Tivemos aqui o depoimento do Moisés Bauer, presidente da Organização Nacional dos Cegos do Brasil (ONCB), que ratificou a dificuldade na identificação de notas e moedas pelos tamanhos e marcas tácteis oferecidos”.
De acordo com o último censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) existem, no Brasil, mais de 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual, sendo 582 mil cegos e 6 milhões com baixa visão. “Reconhecer a moeda nacional oferece mais dignidade a esses cidadãos”, afirmou Tosta.
Ainda segundo o parlamentar, várias leis estão sendo aprovadas para exigir o uso do braile em cardápios, nas contas de luz e água, em todos os utensílios domésticos. “O portador de deficiência visual não tem, no entanto, o identificador mais importante de todos, que é o das cédulas. Como ele vai pagar por suas mercadorias se não consegue identificar seu próprio dinheiro?”.
Hoje, o portador de deficiência visual recebe um gabarito que, pelo tamanho da nota, indica cada valor. “Precisamos criar algo mais fácil para que, só de passar a mão, já seja possível fazer a identificação”, ressaltou Tosta.
Os parlamentares presentes decidiram criar uma comissão para levar a demanda à ministra de Direitos Humanos, Maria do Rosário. “Independente do custo, o governo precisa fazer essas modificações. O ganho social é incalculável. Estamos lidando com vidas. E vidas não têm preço”, justificou Tosta.
Verônica Gomes