A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras ouviu, nessa quinta-feira (12), as declarações do ex-presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, sobre o suposto desvio de verbas. Integrante do colegiado, o deputado Silas Câmara (AM) fez questionamentos sobre o direcionamento de investimentos e decisões administrativas que poderiam ter contribuído para o esquema de corrupção investigado.
Gabrielli presidiu a Petrobras entre os anos de 2005 e 2010, durante o governo do petista Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com delatores, o esquema de pagamento de propina por empresas que mantinham contratos com a estatal funcionou principalmente entre 2003 e 2012.
Silas questionou o valor dos investimentos que a estatal recebia por ano e se esse dinheiro tinha origem no Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Perguntou, ainda, se seria possível, desviar o volume de R$ 10 bilhões em apenas três anos, pois Gabrielli foi presidente da empresa por sete anos, enquanto outras presidências permaneceram no cargo por apenas 36 meses.
Durante o depoimento, Gabrielli negou que exista corrupção sistêmica na Petrobras e respondeu que quando ele assumiu o cargo a estatal investia R$5 bilhões por ano, volume que aumentou para R$ 45 bilhões/ano no decorrer dos sete anos. Ele explicou a origem dos investimentos: “a maior parte do financiamento foi de captação do mercado financeiro internacional e não em bancos, como o BNDES”.
Gabrielli afirmou que os “números confirmados de corrupção” pela Operação Lava-Jato “são relativamente pequenos” em relação ao volume de operações da Petrobras. Conforme o Ministério Público e a Polícia Federal, o esquema de lavagem de dinheiro e corrupção na estatal movimentou mais de R$ 10 bilhões.
Renata Guimarães