O deputado Delegado Éder Mauro (PA) manifestou, nesta terça-feira (3), preocupação com a segurança do voto eletrônico, durante audiência pública na CPI dos Crimes Cibernéticos. O assunto foi tema de debate com representantes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e outros especialistas.
O parlamentar dirigiu perguntas aos palestrantes sobre a possibilidade de manipulação dos dados das urnas eletrônicas e do sistema de apuração para uma possível alteração dos resultados de eleições. “Manifesto tais preocupações, inclusive, para considerarmos a possibilidade de termos de estabelecer outros meios, como o recibo impresso, para assegurarmos o processo democrático”, destacou o parlamentar.
Em resposta, o secretário de Tecnologia da Informação do TSE, Giuseppe Janino, afirmou que a informatização veio justamente para minimizar as possibilidades de fraude no processo. “Hoje, se houvesse alguma tentativa de manipulação desses dados, ela seria imediatamente detectada pelos vários pontos de controle que a tecnologia proporciona, com dispositivos de verificação da integridade dos dados.”
Éder Mauro insistiu que, em consulta a outros especialistas, foi informado de que o sistema das urnas e de contagem de votos é vulnerável.
A afirmação foi reforçada pela advogada Maria Aparecida da Rocha Cortiz, integrante do Conselho Multidisciplinar Independente (CMind), organização não governamental também ouvida na audiência pública. “O sistema eletrônico de votação brasileiro, pelas auditorias que já realizei, se mostrou arcaico, muito caro e impossível de ser fiscalizado, por ser muito concentrado na mão de apenas um poder.”
Demétrius Crispim