O deputado Roberto Santiago (SP), vice-líder do PSD, sugeriu, nesta terça-feira (3), que seja divulgada para a sociedade, de forma clara e transparente, como são realizados os experimentos com animais e os resultados por eles gerados. O parlamentar participou de audiência pública na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI), que discutiu métodos substitutivos ao uso de animais em experimentos científicos realizados em laboratórios no país.
“Estamos propondo que a comunidade científica venha a público e fale tudo o que acontece nesses experimentos. Se essa caixa preta continuar fechada passamos para a sociedade a ilusão de que isto está resolvendo a vida do ser humano, o que não é verdade. Tenho certeza que após esse debate a população vai se colocar contrária a continuidade dos testes para medicamentos e outros produtos com os animais”, afirmou Santiago.
O deputado Ricardo Izar (SP), autor do Projeto de Lei 6.602/13, que proíbe o uso de animais em testes de cosméticos, afirmou que a substituição dos animais permitirá ao país ganho moral e mercadológico. “O Brasil não pode exportar cosméticos para a comunidade europeia, por exemplo, porque lá não se consome de países que ainda usam essa prática. O que falta aqui é incentivo tecnológico para desenvolvimento científico de novos testes e técnicas alternativas”, destacou.
Thales Trez, professor do Instituto de Ciência e Tecnologia da Universidade Federal de Alfenas (Unifal), compartilhou a opinião dos parlamentares. Ele afirmou que medidas substitutivas ainda estão sendo debatidas. “Temos poucas políticas de financiamento, pouca discussão dentro dos cursos de formação de futuros pesquisadores. Ou seja, uma série de amarras de ordem, principalmente cultural e científica, que impedem que esses métodos sejam implantados”, concluiu.
Jaque Bassetto