Santiago cobra ações para preservar saúde e segurança do trabalhador

Deputado Roberto Santiago (SP) - Foto: Cláudio Araújo

A falta de investimentos para pesquisas na perspectiva da saúde e segurança do trabalhador brasileiro foi tema de debate promovido, nesta terça-feira (3), pela Comissão de Trabalho, Administração e de Serviço Público (CTASP). O presidente da colegiado, deputado Roberto Santiago (SP), destacou a importância de projetos realizados pela Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro) para amenizar os impactos à saúde do trabalhador.

“É preciso que o governo dê mais atenção à essas questões. O número de mulheres escalpeladas [perda do couro cabeludo] no Pará diminuiu por conta de um equipamento desenvolvido pela Fundacentro que acoplou uma proteção ao eixo do motor do barco. Antes esse eixo ficava aberto e, como consequência, os cabelos compridos das mulheres enganchavam, resultando no escalpo”, destacou.

A presidente da Fundacentro, Maria Amélia Gomes, disse que casos de sucesso como este podem aumentar caso haja investimentos para que a fundação realize mais pesquisas. “Tem uma grande demanda de projetos que vem dos sindicatos de trabalhadores. Os pesquisadores estão por todo o país para conhecer as necessidades e procurar soluções específicas. Só precisamos que o governo nos dê mais atenção”.

Santiago pontuou que projetos como este poderiam ser desenvolvidos em favor dos motoboys que, segundo ele, somam 400 mil apenas em São Paulo. “O Estado não oferece a estrutura e a garantia necessárias para que esses profissionais consigam fazer sequer cursos de aperfeiçoamento. De outro lado estão, por exemplo, os bancos que os contratam e exigem que coloquem documentos em uma mochila, para evitar que os documentos sejam levados em caso de roubo da moto. Essa mesma mochila pesada pode derrubá-lo em uma curva, como já vimos diversas vezes”.

Segundo dados do Ministério da Saúde, só em 2012, mais de 50 mil trabalhadores sofreram acidentes fatais ou com mutilações durante a realização de suas atividades. Entre 2007 e 2012, a mesma pesquisa apontou que 2381 trabalhadores sofrem de algum tipo de transtorno mental relacionado ao trabalho.

Carola Ribeiro

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *