“Acredito que o governo pretende extinguir a Imprensa Nacional e terceirizar seus serviços”. A afirmação foi feita pelo deputado Roberto Santiago (SP), presidente da Comissão de Trabalho, Administração e de Serviço Público (CTASP), durante audiência pública realizada, nesta terça-feira (1), para ouvir dos servidores e da ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffman, explicações sobre o porquê das negociações sem resultados efetivos para estes trabalhadores.
Segundo o deputado, os servidores do órgão vinculado à Casa Civil e responsável pela impressão e distribuição do Diário Oficial da União, reivindicam, em vão, ao governo planos de carreira e salário. Ele irritou-se com a ausência da ministra e do representante do Ministério do Planejamento (MPOG).
“Quem quer fazer alguma coisa senta à mesa e define a melhor forma de executá-la; não realiza 50 reuniões só para enrolar. Quero estar errado, mas na minha cabeça, eles querem desmontar a Imprensa Nacional e contratar uma gráfica com estrutura nacional, em mídia eletrônica e impressa para fazer a distribuição do Diário Oficial”.
De acordo com Santiago, o reajuste salarial desses servidores foi de apenas 15%, desde 2002, o que os forçou a trabalhar com abono de permanência, quando na aposentadoria voluntária o valor da contribuição ao Instituto Nacional de Serviço Social (INSS) é devolvido.
“Cerca de 70 servidores já trabalham nesse sistema e mais 70 vão entrar com o abono em dezembro. Quer dizer, todas essas 50 reuniões com o Ministério do Planejamento, depois de 72 dias de greve não serviram de nada, afinal os acordos não foram cumpridos”.
O parlamentar quer agendar nova reunião com a ministra para cobrar uma ação definitiva para a questão. “Vimos a agonia no olhar desses servidores que não sabem para onde vão. Eles pensam que o governo está tratando da criação definitiva de seus cargos e isso é mentira! Então, se querem deixar a Imprensa Nacional como uma coisa da história do Brasil, que faça uma biblioteca, e não a jogue na lata do lixo. Mas que sejam claros em suas atitudes”.
Carola Ribeiro