Sandro Alex participa de oitiva no Conselho de Ética

Deputado Sandro Alex (PR) - Foto: Cláudio Araújo

Deputado Sandro Alex (PR) – Foto: Cláudio Araújo

O Conselho de Ética ouviu, nesta quinta-feira (19), o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Aos parlamentares, o peemedebista reafirmou que não é titular de contas no exterior e que não mentiu à CPI da Petrobras em 2015. Para o deputado Sandro Alex (PR), primeiro vice-presidente do Conselho, a origem do dinheiro de Cunha também deve fazer parte do relatório final que deverá ser entregue em até dez dias úteis.

“O que o povo brasileiro e este Parlamento querem saber é se Eduardo Cunha tinha conta no exterior e qual a origem deste dinheiro. As notas taquigráficas, quando da aprovação da admissibilidade do processo, não deixam dúvidas de que o colegiado pode ampliar as investigações”, declarou Sandro Alex.

Em sua defesa, Eduardo Cunha voltou a dizer que os chamados trusts não podem ser comparados a uma conta bancária comum, e muito menos serem declarados à Receita Federal ou constar nos registros do Banco Central (BC).

“Não sou autorizado e nunca fiz nenhuma movimentação nos trusts. Neste tipo de operação financeira, você identifica quem é o beneficiário, identifica quem pode administrar. Não há nada mais transparente”. Cunha afirmou também que é “dependente” do cartão de crédito de sua esposa, a jornalista Cláudia Cruz.

Sandro Alex também levantou suspeita sobre a valorização do dinheiro de Cunha. “O trust não tem dono, não é conta, não é investimento, não é patrimônio, só pode ser uma bênção. É uma expectativa divina. Esse dinheiro simplesmente nasce, pena que não para todos os brasileiros”, ironizou.

A origem do dinheiro

No Conselho, Cunha também explicou que os valores doados ao trust (quase R$ 5 milhões) são frutos de seu trabalho ainda na década de 80, quando ele representava comercialmente uma empresa exportadora de carne. O presidente afastado também fez questão de mostrar o seu passaporte que utilizou na época, comprovando a entrada em mais de 60 países africanos como representante comercial.

“Eu não detinha atividade pública nesta época e os rendimentos são de origem privada. Se o meu objetivo fosse esconder o dinheiro, pelo conhecimento técnico que disponho, eu teria aberto uma fundação.”

Renan Bortoletto

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