O deputado Rogério Rosso (DF), líder do PSD, propôs a criação de uma comissão especial com o objetivo de analisar medidas que visem melhorar a competitividade de mercado do país. A proposta foi feita por meio do documento intitulado “Por um Brasil mais Competitivo”, entregue ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), nesta segunda-feira (1), durante reunião do colégio de líderes. O presidente autorizou a criação da comissão.
“Queremos gerar um conjunto de dados, estudos, análises comparativas e propostas que auxiliem no aumento da rentabilidade e da competitividade das empresas brasileiras. É preciso dar condições para que o país receba mais investimentos e desenvolva ainda mais seu ambiente de negócios”, disse Rosso.
O documento foi elaborado com base em uma pesquisa feita pelo IMD (Institute for Management Development) e pela Fundação Dom Cabral. O estudo aponta que o Brasil teve uma piora no desempenho da economia e também na competitividade pelo quinto ano seguido, caindo para a 56ª posição entre os 61 países pesquisados. Somente em 2015, o Brasil foi ultrapassado pela Bulgária, que passou da 56ª para 55ª posição, e pela Eslovênia, que saiu da 55ª colocação e saltou para a 49ª.
“Isso mostra que estamos em um caminho muito perigoso. Se o Brasil não está tendo condições de competir com países, que em um passado recente, não geravam nenhum receio comercial, é porque alguma coisa está errada”, pontuou o deputado.
A comissão especial vai debater temas relacionados a 30 setores estratégicos da economia brasileira. O objetivo também é contar com a participação de empresários e especialistas no assunto para que a discussão se torne mais ampla. “O grande gerador de empregos no país é o setor privado, e é ele o mais atingido com os cortes e ajustes propostos pelo governo. Temos que propor soluções e não esperar que isso venha do Executivo.”
DESEMPENHO – Com a perda de posições, o Brasil está agora apenas à frente da Mongólia, Croácia, Argentina, Ucrânia e Venezuela no ranking geral da pesquisa. A queda no quesito “desempenho da economia” foi uma das mais acentuadas. Nela, o item emprego caiu 15 posições, enquanto a economia doméstica registrou queda de sete colocações.
Renan Bortoletto