O deputado Ricardo Izar (SP) criticou em plenário, nessa terça-feira (25), a proposta de realização de plebiscito para a convocação de uma assembleia constituinte voltada exclusivamente para a reforma política. “Além de ser inconstitucional, o que temos hoje é falta de vontade política por parte do governo federal. A presidente Dilma Rousseff mostrou em seu discurso um populismo em decadência. Ela quer estar em sintonia com as vozes das ruas, mas essa não é a melhor opção”, afirmou.
Para o deputado, a realização de um plebiscito é um contrassenso, uma vez que as constantes manifestações da sociedade já antecipam seu resultado. “A vontade popular já está explícita. O povo não suporta mais o sistema político atual, que já está falido e propicia a corrupção e a continuidade dos maus políticos, daqueles sem nenhum compromisso com o país. A carga tributária está elevada, os serviços públicos são precários, sobretudo os de saúde, transporte e educação”.
Izar afirmou que há uma forte e visível falta de sintonia entre os poderes Executivo e Legislativo. “Todas as decisões se fecham no Palácio do Planalto e isso só faz aumentar o desprestígio e o desrespeito com as instituições públicas. Hoje, o Congresso Nacional tem sido mero chancelador da vontade do governo federal”, ressaltou.
O parlamentar defendeu também a aprovação do orçamento impositivo. “A priorização dos recursos não deveria ficar sob a tutela do Palácio do Planalto. São os parlamentares que conhecem a realidade de suas bases. Assim, é esta Casa que tem a legitimidade para definir emendas que atendam aos anseios da sociedade. Além disso, o orçamento impositivo nivelará os candidatos na disputa eleitoral, tornando o pleito mais justo, equilibrado e democrático”, concluiu.
Raquel Sacheto