Recomendada perda de mandato para Luiz Argôlo

Deputado Ricardo Izar (SP) - Foto: Cláudio Araújo

A leitura do relatório apresentado no Conselho de Ética, nessa terça-feira (14), apontou que o deputado Luiz Argôlo (SD-BA) mantinha conversas com o doleiro Alberto Yousseff, preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato, sobre licitações, cargos e agendamento de reuniões envolvendo questões de interesse público com altas somas de dinheiro.

O presidente do Colegiado, deputado Ricardo Izar (SP), acatou a solicitação de vista dos deputados Pastor Eurico (PSDB-PE), Wladimir Costa (SD-PA) e Sérgio Brito (BA), que acompanhou o pedido para ter mais tempo para analisar o relatório. “Não acompanhei a vista dos deputados para tentar protelar. Como não participei das reuniões do Conselho nos últimos 60 dias, preciso me inteirar para poder decidir meu voto”, afirmou Brito

Com isso, a votação do relatório foi adiada para o próximo dia 22. “Já convoquei nova reunião para a próxima quarta-feira e, caso não haja quórum, faremos a votação no dia 29”, explicou Izar.

De acordo com o relator, deputado Marcos Rogério (PDT-RO), seu parecer baseou-se nos fatos investigados pela PF. “Agente público que pede dinheiro não só quebra o decoro, como comete crime na esfera penal. Não é o relator quem condena o representado. São os fatos volumosos que indicam que houve tráfico de influência e negociação com o fim de obter vantagens.”

Izar explicou que, se cassado pelo Conselho e pelo plenário da Câmara, Argôlo “ficará impedido de concorrer a cargos eletivos por oito anos”.

A defesa alega que as provas não são suficientes para culpar Argôlo.

Rodrigo Bethlem

Ainda durante a reunião do Conselho, Izar nomeou o deputado Paulo Freire (PR-SP), relator do processo por quebra de decoro de Rodrigo Bethlem (PMDB-RJ). Freire deve apresentar seu relatório preliminar também na próxima quarta-feira (22), indicando se o processo deve ou não continuar no Colegiado.

Bethlem é acusado de suposto recebimento de propina por meio de organizações não-governamentais (ONGs) que mantinham contrato com a prefeitura do Rio, na época em que o deputado se licenciou para assumir a Secretaria de Assistência Social do Estado.

Carola Ribeiro

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