Popularizar o mercado de veículos elétricos no país. Esse é o principal desafio da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Eletromobilidade Brasileira, lançada nesta quinta-feira (17), na Câmara dos Deputados. “Para isso, será preciso acelerar a análise dos 21 projetos que tramitam na Casa”, disse o presidente da Frente, o pessedista Marcelo Matos (RJ).
O parlamentar explicou que é necessário também trabalhar pela desoneração tributária do setor. “Precisa ser uma política de Estado com benefícios para que a indústria se instale e gere emprego e renda. Se não, a gente vai ficar dando murro em ponta de faca e nada vai acontecer”, alertou.
Matos disse que a redução dos impostos, como o que incide sobre os Produto Industrializado – o IPI – e o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS – são necessários para que haja desenvolvimento tecnológico no país. Atualmente, a alíquota do IPI é de 25% e o ICMS 50% o que inviabiliza a comercialização em grande escala desses automóveis.
“Com a criação da frente, a mobilidade elétrica ganha uma dimensão adequada dada a importância do tema. A mobilidade está ligada à qualidade de vida de todos. Essa é a principal saída sustentável e baseada na independência brasileira”, disse o ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação, Gilberto Kassab, que participou do evento.
Desafios
A resposta imediata ao desinteresse do consumidor brasileiro é o alto custo do produto, com versões a partir de R$ 120 mil. Para se ter uma ideia, existem apenas 8 mil veículos elétricos em circulação no país. Dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores indicam que, em 2017, 3.296 carros foram emplacados.
Apesar do valor inicial ser “desanimador” para o bolso, a economia gerada pode ser maior que R$ 6 mil por ano, para quem dirige 1.500 km por mês, por exemplo. A conta é simples: cada quilômetro rodado com energia elétrica custa R$ 0,04, ou seja, para rodar 500km o proprietário desembolsa apenas R$ 20. O dado é da BYD Company, fabricante de um modelo importado.
A China já aposta no veículo e vendeu 600 mil carros elétricos no ano passado. “O mundo está mudando e o Brasil não está acompanhando. Essa mudança precisa ser acelerada, pois nós temos uma indústria forte e os benefícios dos veículos elétricos são incontestáveis”, destaca o presidente da Associação Brasileira de Veículos Elétricos, Ricardo Guggisberg.
A manutenção do carro elétrico é 1/5 menor do que um carro convencional. Sem contar a praticidade de poder abastecer o veículo em casa, adaptando a tomada. Já quer um?
Valéria Amaral
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