Nesta quinta-feira (9), o deputado Ricardo Izar (SP) negociou acordo com o presidente da Câmara para pautar a urgência do Projeto de Lei 466/15, de sua autoria, que propõe medidas para assegurar a circulação de animais silvestres nas rodovias e reduzir os acidentes que os envolvem. A urgência deve ser votada na próxima terça-feira (14).
Izar compareceu à sala da presidência acompanhado por representantes de instituições ligadas ao tema, logo após audiência pública realizada pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CMADS), que discutiu o assunto. O parlamentar defendeu que, entre outras questões relevantes, a proposta vai ao encontro da preservação da biodiversidade.
“As estimativas mostram que mais de 450 milhões de animais selvagens morrem anualmente nas estradas brasileiras. O número é assustador e precisa ser reduzido de alguma forma. São 390 milhões de pequenos animais como sapos, cobras, aves; 55 milhões de animais como lebres, gambás, macacos, tartarugas e, cinco milhões de grande porte, como onças, lobos-guará, tamanduás-bandeira, canídeos e outras espécies”, explicou.
De acordo com Alex Bager, professor e pesquisador da Universidade Federal de Lavras (UFLA) e coordenador do Centro Brasileiro de Ecologia de Estradas (CBEE), estudo realizado pelo centro aponta que, só em rodovias no Mato Grosso do Sul (BR-262, BR-163 e BR-267), entre abril de 2013 e março de 2014, 13 animais de médio e grande porte morrem todos os dias a cada cem quilômetros. “Colocar essa questão na pauta nacional é fundamental para que ferramentas sejam desenvolvidas e as soluções aconteçam tanto no campo político, como no técnico.”
Também nesta terça, Izar, que é presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Animais, solicitou ao Departamento de Polícia Legislativa (Depol) a guarda de roedores soltos no plenário onde acontecia a reunião da CPI da Petrobras, após a entrada do tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT), João Vaccari Neto, para prestar esclarecimentos ao colegiado.
O parlamentar garantiu que o ocorrido é um ato explícito de maus-tratos aos animais. A guarda dos roedores foi dividida com outros parlamentares e funcionários da Casa. “Vou analisar as medidas a serem adotadas. Maus-tratos aos animais é crime.”
Carola Ribeiro