A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR) discutiu, nesta terça-feira (29), os problemas da cultura do cacau e o endividamento dos produtores no país. O deputado Paulo Magalhães (BA), vice-presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Lavoura Cacaueira, destacou que a fruta já foi o sustentáculo da economia baiana e, consequentemente, brasileira.
Magalhães lamenta a situação vivida atualmente pelos produtores, principalmente, após o aparecimento da vassoura-de-bruxa. Ele lembrou que o fungo mata a produção e foi o responsável pela crise que o setor atravessa. “Soma-se a isso, a inadequação da tecnologia proposta pela Ceplac [Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira] para o controle do problema. Os produtores seguiram a orientação técnica e obtiveram resultados insatisfatórios”, justificou.
O parlamentar salienta que o governo deve “bancar” o erro. “O produtor não pode ser penalizado por ter aplicado uma tecnologia indicada pela Ceplac que não funcionou”. Magalhães destacou que a comissão já anuncia novas tecnologias para o controle do fungo. “Precisamos de dinheiro para aplicá-la e o governo deve ajudar com isso. Assim, teremos melhorias na produção e, consequentemente, condições de resgatar os débitos junto aos bancos”, concluiu.
Dados do Instituto Pensar Cacau apontam que os efeitos da vassoura-de-bruxa, potencializados pelo fracasso do Programa de Recuperação da Lavoura Cacaueira Baiana (PRLCB), inviabilizaram 600 mil hectares de plantações; reduziram aproximadamente 75% da produção; levaram à falência de quase 30 mil fazendas; e geraram o endividamento crônico dos produtores.
Jaque Bassetto