Em comemoração aos 124 anos da abolição da escravatura no País, o deputado Onofre Santo Agostini (PSD-SC) fez discurso na manhã desta segunda-feira (28), em sessão do Congresso Nacional, ressaltando que esse assunto é muito significativo para a história do Brasil e do mundo.
“Estou convicto que esta é uma data que foi conquistada com muita dificuldade. Suor, sangue, lágrimas e decepção se constituíram em um alicerce daquele acontecimento”.
No seu pronunciamento, o parlamentar catarinense disse: “Exatos 124 anos depois, a sensação que temos é que aquele estrondoso episódio não teve os desdobramentos que os recém-libertos esperavam. Para nós, que lutamos por uma sociedade mais justa e igualitária e que vivemos no século 21, parece que a abolição da escravatura foi apenas uma lenda ou um evento registrado somente nos anais da monarquia brasileira do século 19.
Afirmou ainda que a sessão solene deve servir para recordar que a escravatura não foi apenas um problema do passado. “Atualmente, milhões de homens, mulheres e crianças são comprados e vendidos como bens móveis, forçados a trabalhos em regime de servidão, mantidos como escravos para fins religiosos ou de rituais, traficados de um país para outro para serem vendidos e obrigados a se dedicarem à prostituição. Estas ainda são as formas da escravidão que precisamos combater”.
“A melhor maneira de aproveitarmos este importante momento é defendermos ações que enalteçam a justiça, a liberdade de oportunidades, o bem-estar e o direito à cidadania de todos os brasileiros. Só assim, verdadeiramente, teremos uma sociedade mais justa e fraterna. O Brasil e as demais nações carecem de paz. As pessoas trabalham em dois ou três empregos para conseguirem sustentar suas famílias. É preciso ter mais atitude que retórica; mais amor e menos egoísmo. A escravatura foi a primeira violação dos direitos humanos e que lutamos para desaparecer do nosso meio”.
Onofre Santo Agostini disse ainda que passados 124 anos, ainda há marcas de muito sofrimento, mortes e desolação.
“Na realidade, o trabalhador brasileiro nunca ganhou nada de presente. Pelo contrário. Todas as vitórias foram conquistadas num processo lento, complexo e quase sempre doloroso. O nosso próprio processo de independência foi bem traumático e cercado de dúvidas. Se verificarmos bem, a abolição da escravatura não passou de uma legitimação do que estava prestes a acontecer”, concluiu.
Da Redação