ANTI-ESTRESSE
Calmante é servido na comissão, mas Chico Alencar ironiza dizendo que escolinha do professor Rosso continua nervosa
Isabel Braga e Eduardo Bresciani assinatura_mail@oglobo.com.br
-BRASlLIA-
A proximidade do fim dos trabalhos da comissão e os ânimos sempre acirrados levaram o presidente da comissão de impeachment, Rogério Rosso (PSD-DF), a pedir aos garçons para servir suco de maracujá aos deputados presentes – A ideia foi minha. Também servi suco de maracujá em uma reunião em que os líderes discutiam economia. O suco de maracujá é para promover passiflorada – disse Rosso.
– Deram o suco de maracujá, mas não está adiantando muito. A escolinha do professor Rosso continua nervosa – brincou o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ)
A certa altura, quando deputados discutiam de forma mais acalorada, ainda antes da presença do ministro José Eduardo Cardozo, um parlamentar reclamou no microfone que o suco tinha acabado. A deputada Jandira Feghali (PC do B-RJ) sugeriu que alguns precisavam de Rivotril, calmante de uso controlado. Rosso disse que só podería distribuí-lo com receita médica. A deputada, que é médica, disse que podería providenciar a receita para alguns.
A fala de Cardozo, de cerca de 1h40, teve poucas interrupções. Em uma delas, o deputado Nilson Leitão (PSDB-MG) reclamou que o ministro estava fazendo posicionamento político e não jurídico ao falar das questões relativas ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Cardozo rebateu afirmando que a figura “desvio de poder’,’ que apresentava, constava na doutrina jurídica e vinha do direito francês.
Antes da exposição, a comissão debateu se ele poderia defender a presidente por ser servidor público na função de advogado-geral da União. Ao final da fala do ministro e na sua saída a comissão viveu momentos de estádio de futebol. Governistas gritavam “não vai ter golpe” enquanto os oposicionistas bradavam “Fora PT”.